Revista Infra Agosto 2017

42 INFRA Outsourcing & Workplace O IMPACTO DE M&A NO CONTEXTO DE REAL ESTATE E FACILITIES S e a empresa com a qual você está envolvido ainda não foi objeto de uma iniciativa de “M&A (Mergers & Ac- quisitions)”, ou seja, de uma operação de reestruturação empresarial, com- preendendo cisões, fusões e aquisições, não se iluda. Mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer. Embora em 2016 o volume financeiro global de transações de M&A tenha caído para 3,6 trilhões de dólares, em relação ao pico de 4,8 trilhões alcançado em 2015, o número de transações aumentou e atingiu seu recorde histórico: mais de 48 mil em todo o mundo. Tudo leva a crer que iniciativas de M&A se tornarão ainda mais frequentes, terão valores mais elevados e impactarão a dinâmica das corporações de forma progressivamen- te mais intensa. E que impactos! O portfólio imo- biliário é quase sempre afetado com mudanças, consolidações e encerra- mento de unidades. Muitos funcioná- rios podem precisar alterar o local de trabalho. Muitas posições podem ser eliminadas ou transferidas para outra cidade ou para outra país. E todos esses movimentos traduzem-se em oportu- nidades e riscos para organizações e profissionais de Real Estate e Facilities. AS SEIS PRIMEIRAS ONDAS DE M&A Até o início do século XXI ocorreram seis grandes “ondas” nas quais a ativi- dade de M&A tornou-se mais intensa. Cada uma delas teve um conjunto de fatores que motivou seu início e um evento específico que determinou seu fim. As três primeiras “ondas” marca- ram o surgimento de estratégias de organização empresarial. As três mais recentes vêm revelando a progressiva substituição do setor produtivo pelo setor financeiro (bancos e fundos de investimento) como motor e principal beneficiário da economia. A 1ª onda de M&A (1890-1905) come- çou em um período de forte expansão econômica. As empresas buscavam alavancagem por meio de integração horizontal, constituindo monopólios. Nos Estados Unidos, 1.800 empresas fundiram-se nesta época. A Standard Oil, por exemplo, chegou a distribuir 90% dos derivados de petróleo. Mas, preocupação dos governos com o cres- cente controle de preços exercido pelos monopólios resultou na aplicação mais rigorosa da legislação antitruste e de- terminou o fim da 1ª onda. A 2ª onda (1925-1929) foi motivada pelo fim da I Guerra Mundial e pela uti- lização civil de tecnologias aceleradas pela guerra. Foi quando automóveis começaram a ser produzidos em escala industrial e quando se estabeleceu a aviação comercial. As leis antitruste já vedavam a formação de monopólios, mas a complexidade crescente da ati- vidade industrial motivou a integração vertical da cadeia de produção. Surgi- Sergio Faria tem mais de 25 anos de experiência em Corporate Real Estate, tendo atuado na HP, na JLL e na IBM. Em 2015, suportando a cisão que deu origem a Hewlett Packard Enterprise, liderou transações, obras e mudanças para separação do portfólio imobiliário das Américas. Recentemente, participou de uma nova cisão, agora do segmento de Enterprise Services da HPE, assumindo as operações de Real Estate e Facilities nas Américas e coordenando a transição para fusão com a CSC, que deu origem a DXC Technology, a maior empresa global independente de serviços de TI. MERGERS & ACQUISITIONS | por Sergio Faria Divulgação

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