Revista Infra Novembro/Dezembro 2018

95 INFRA Outsourcing & Workplace O CEO da Vivante reforçou que a conta do tempo que se leva para fazer uma con- tratação, às vezes, não está sendo com- putada, e que essa despesa traz custos onerosos tanto para o comprador quanto para o fornecedor. “Muitas vezes nós po- demos participar de processos onerosos, e aí eu falo para vocês: onerosos não só para nós. Um exemplo: nós – o fornece- dor – temos de visitar emmenos de uma semana 20 fábricas, mas também para o próprio cliente. Algumas vezes, nós fa- zemos quatro, cinco reuniões com cinco a dez interlocutores do próprio cliente, algumas vezes por videoconferência, que são mais eficientes, outras vezes físicas, significa que as pessoas (compradores e vendedores) para convencer o cara da ponta que esse processo é necessário tem de viajar, e aí são quatro, cinco re- uniões, de cinco a dez pessoas, são ao início dez, 14 empresas envolvidas para acabar em quatro, e aí eu me faço uma pergunta, alguém está fazendo a conta? Quanto custa esse processo versus a eco- nomia gerada ao final?”, alerta. Lembrou ainda que alguns processos sãomuitomorosos e deumais um exem- plo: “Nós, atualmente, fazemos aniversá- rio de mais de um ano de um processo com um cliente de uma indústria mul- tinacional estadunidense. Faz um ano que estamos nesse processo. De fato, o contrato é grande, mas demorar um ano não tem sentido. Em um ano as coisas mudam, tanto para o cliente quanto para nós, então por que demorar tanto tempo? Muitas vezes o processo de compras é engessado, porque não dá para sair do script que foi pré-definido. No entanto, se realmente quisermos trazer um valor agregado diferente para o nosso produto, precisamos fazer as coisas de maneira diferente, já que estamos falando de um mundo totalmente digital. Enaud contou também uma expe- riência de como o compliance, às vezes, pode onerar muito o custo de uma aqui- sição. “Um cliente que para trocar uma fechadura eletrônica de um escritório, para o real cumprimento do processo de compliance, ele terá de fazer uma licitação eletrônica com três ofertas, para comprar a fechadura eletrônica que custa R$ 150,00. Devido a esse pro- cesso tivemos de pagar durante quatro dias um segurança 24 horas em frente a porta, nós nos oferecemos de comprar a fechadura para resolver o problema e a resposta foi: “Não, é compliance”; então, pergunto: alguém faz a conta de verdade? Outro erro clássico é observado quando se faz a equalização de pro- postas de contratação de serviços, cujo preços variam muito. “Alguns desses processos entre o início em que você entrega sua oferta séria, entre o preço que você entregou e o fim do proces- so, tem um fornecedor que entra com o preço de 30% de diferença. Então, o que nós estamos comprando? Estamos comprando a mesma coisa? Estamos falando da mesma coisa quando esta- mos com dois orçamentos que ao final tem 30% de diferença entre um preço e outro?”, questiona. Essas foram apenas algumas ponde- rações colocadas por Enaud, que sugere que a forma da aquisição dos contratos de serviços deve ser reavaliada pelas áreas de compras das companhias, que estão perdendo muito dinheiro com o processo de contratação que precisa ser taylormade para atender “a dor do cliente”. “Hoje, nós estamos dentro de organizações que se dizem colaborati- vas. Portanto, precisamos trazer nossos fornecedores para dentro da nossa orga- nização, para que eles entendammelhor como a empresa está funcionando, para que tragam uma solução diferenciada, que realmente inova, pensando fora da caixa. Isso não é possível se as empresas possuem um processo de compras en- gessado”, finaliza o CEO. Philippe Enaud, CEO da Vivante Eduardo Felippe A. Prado, Gestor de IT Purchase, da Volkswagen Divulgação Divulgação

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