Revista Infra Março/Abril 2019

69 INFRA Outsourcing & Workplace COWORKING | por Tiago Alves* ESPAÇOS COLETIVOS CRESCEM E SE DIVERSIFICAM NO BRASIL em deslocamento. De acordo com um modelo de crescimento acelerado, que estabelece um cenário que faz uso do trabalho flexível em maior grau que o atual, o corte no deslocamento propor- cionado pelo trabalho remoto pode eco- nomizar 3,53 bilhões de horas até 2030. O País também registrou cresci- mento em outras áreas da chamada “economia compartilhada”, como os coliving. A modalidade permite que os moradores aluguem quartos com banheiros privativos, mas dividam as áreas comuns com os outros habitan- tes do local, incentivando o convívio, a aproximação entre as pessoas e a troca de experiências. No Japão, por exemplo, o conceito demoradia compartilhada já é bastante comum. Criado emNagoya, pela empre- sa Naruse Inokuma Architects, o projeto LT Josai possui 13 quartos individuais de 12 m2 e áreas de convivência como cozinha, banheiros e salas de estar e jantar. No Brasil, outra forma de partilha que vem ganhando força é a da mul- tipropriedade, que se caracteriza pela aquisição de um imóvel de forma com- partilhada, dividindo-o com outros co- proprietários. Assim, cada comprador usa sua cota de tempo para usufruir da propriedade durante determinado período domês ou do ano, em rodízio. O texto de Lei n. 13.777/18 que trata sobre o tema já foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo então pre- sidente Michel Temer. * Tiago Alves é CEO da Regus e Spaces no Brasil. Divulgação Nos últimos anos, temos mudado a forma como pensamos setores inteiros, nas grandes cidades: o entretenimento audiovisual passou pela transforma- ção on demand, músicas podem ser acessadas via streaming de inúmeras plataformas, o deslocamento urbano vive o conceito de “carona remunera- da”, entre outros serviços que chegam a todomomento paramodificar nosso dia a dia. O desenvolvimento da tecnologia é a protagonista dessas mudanças e tem revolucionado as nossas vidas em diversos aspectos. O ambiente de trabalho é um de- les. Os escritórios estão mudando e os resultados disso têm transformado a experiência de trabalho de muitas pessoas. Para empresas que estiverem dispostas e suas atividades permitirem operar em novos modelos, essa é uma alternativa que pode gerar vantagem competitiva, reduzir custos e ajudar na atração e manutenção de talentos. Exemplo disso são os espaços com- partilhados, que chegaram no Brasil após se popularizarem nos Estados Unidos e na Europa – cidades como Barcelona e Nova York são expoentes dessa tendência. De acordo com o Censo Coworking Brasil, em 2016, foram registrados 378 escritórios operando no modelo de es- paço compartilhado de trabalho. Em 2017, o número subiu para 810 e, em 2018, para 1.194. Entre os benefícios desses espaços estão maior produtividade, menores despesas gerais e horas economizadas

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