Revista Infra Março/Abril 2019

73 INFRA Outsourcing & Workplace sada, um novo desafio começa: o en- gajamento dos públicos envolvidos. Em muitos casos, por exemplo, o que adianta ter aprovação da diretoria se os colaboradores também não “com- prarem” a ideia? 2) Autoridade: como o seu depar- tamento é percebido dentro da orga- nização? Qual imagem ele passa para os diversos públicos com os quais se relaciona? O quanto a sua voz é ouvi- da, de fato? Não é sobre quem você é. Não é sobre a sua importância. É sobre a imagem que os outros têm de você e o quanto sua importância é percebida consciente e inconscientemente. A construçãoda autoridade é umpro- cesso gradual e contínuo para o qual a comunicação também tem muito a contribuir. Saber o que, como e quan- do falar faz toda a diferença para que essa imagem seja construída ao longo do tempo, mantendo sempre omáximo de congruência entre o ser e o parecer. Sob esse viés, não é só uma questão empresarial. Trabalhar profissionalmen- te a comunicação para o setor de faci- lities acaba sendo também uma estra- tégia de carreira e de desenvolvimento da profissão como um todo. Como redatora para a revista INFRA, muitas vezes me deparei com assesso- rias de imprensa que nem sabiamo que era o gerenciamento de facilidades den- tro da empresa. E, como Assessora de Imprensa, também jápassei por ocasiões em que precisei cavar as informações e orientar os intermediadores diretos para conseguir levantar dados que estavam “escondidos” na área de facilities. 3) Resultados potencializados: em tempo de organizações exponenciais, o poder do coletivo ganha umnovo pata- mar. A ideologia de que “juntos somos mais fortes” deixa o campo abstrato e mostra seu poder em números, como demonstra o sucesso de grandes plata- formas de serviços, que temnoUber e no Airbnb os exemplos mais clássicos. O li- vroOrganizações exponenciais, de Salim Ismail, Michael S. Malone e Yuri VanGeest (Altabooks, 2018), traz diversos exemplos de como o poder da união é capaz de resultados exponenciais em tempo re- corde. Umdos cases foi o primeiro carro comcocriação de design, o Rally Fighter. Ele foi produzido cinco vezesmais rápido que os processos convencionais, tendo recebido 35 mil designs enviados por 2.900 membros de mais de cem países, com um custo de desenvolvimento de apenas US$ 3milhões. Em suas devidas proporções, o quanto os seus públicos poderiam contribuir para potencializar os seus resultados? O quanto e como você explora o know-how e as tecno- logias de seus fornecedores? O quanto você incentiva e aproveita o potencial criativo e produtivo de seus colaborado- res? E tudo isso se dá por meio de uma comunicação estratégica, que começa no ouvir. Sim, porque “comunicação” não é somente enviar mensagens, mas, sim, compartilhar informações. Ainda na década de 1950, o psicólo- go americano AbrahamMaslow elencou em uma pirâmide as necessidades bá- sicas do ser humano e a necessidade de pertencimento já estava lá, pratica- mente no meio. O contexto social atual apenas intensificou essa necessidade e os meios de atendê-la, mas o quanto exploramos esse potencial inato do ser humano e que está tão latente nos no- vos perfis comportamentais de nossa sociedade? Umexemplo simples: adianta ter um lindo informativo, que não está centrado no público-alvo? Claro que ele não será lido! A comunicação não deve partir do que eu quero dizer, mas daquilo que o meu cliente quer e precisa saber. As pes- soas querem e precisam se sentir parte de um todo. Os novos meios de comu- nicação deram a elas o poder da ação, da decisão e colocaram em suas mãos o “poder” da comunicação. Elas não aceitammais o papel demero receptor. Umprojeto que é feito “por” pode ter muitomais relevância e impacto do que se ele é feito “para”. 4) Autopromoção: você consegue colocar emprática os projetos, consegue atingir os objetivos estabelecidos e... Para por aí? A expressão é simplista e antiga, mas ilustramuitobemesseparadoxo: “não adianta botar os ovos e não cacarejar”! A autopromoçãoéessencial paraaumentar acredibilidadeea influênciae, sendobem planejada, se torna mais uma forma de trabalharoposicionamento, a reputaçãoe aautoridadeacercados temasabordados. Não é simplesmente se gabar, é concluir umprocesso,mostrar seu impactonavida daspessoas, justificar osmeiospelos fins. Para uma função tão ampla, múltipla, interdisciplinar e transversal, e que ainda temo desafio de se consolidar no Brasil, a comunicação dentro da empresa tem a mesma importância da comunicação da própria empresa como um todo. O departamento de facilities precisa tomar consciência de sua magnitude e se ver como umativo que precisa se relacionar, se posicionar, se comunicar de forma estruturada, profissional e estratégica. Em prol de seus resultados, em prol de seu desempenho, em prol de seus fun- cionários, em prol de seu futuro.

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