Revista Infra Março/Abril 2019

78 INFRA Outsourcing & Workplace GESTOR EXPLICA A SÍNDROME DE BOREOUT NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE As instituições hospitalares já co- nhecem os resultados da Síndrome de Burnout, na eficiência e na falta de hu- manização dos serviços, principalmen- te entre as equipes assistenciais. Ela caracteriza-se pela exaustão emocio- nal, despersonalização e esgotamento gerado por forte estresse causado pela natureza do próprio trabalho que de- sempenha associado às condições em que suas atividades se desenvolvem. O que poucos falam é sobre uma outra síndrome, que acomete as insti- tuições de forma invisível e onerosa, a chamada “Síndrome de Boreout”, em que o colaborador não se identifica com aquilo que faz, atua mal e vagaro- samente, apresentando resultados de baixo desempenho, usando seu tem- po para assuntos pessoais – de forma discreta para garantir seu status quo, não ser identificado e manter a estabi- lidade de seu emprego, embora deteste as tarefas a serem desempenhadas –, quando possível, se escondendo atrás de reuniões intermináveis, comissões que o mantem longe de suas ativida- des originais e prefere atuar dentro das tarefas desenhadas sem metas e sem resultados claros ou mensuráveis. O Boreout, pode ser caracteriza- do pelo sentimento de subutilização do colaborador, sua indiferença em relação aos resultados corporativos e enorme aborrecimento ao executar as tarefas de sua responsabilidade. As consequências são sempre sérias para a empresa. Pode afetar toda sua equi- pe de trabalho e até o cliente, devido à baixa produtividade, chegando em alguns casos mais extremos à sabota- gem aos processos, atenção seletiva, absenteísmo e desumanização. Alguns sintomas são clássicos: desânimo, depressão, ansiedade, tendências de isolamento, sensação de esgotamento físico e emocional, sabotagem ao processo, sofrimento e ansiedade diária antes de ir ao traba- lho. A euforia em esperar diariamente o horário de fim da jornada e a escolha em não ser lembrado por sua lideran- ça para realização de suas atividades, uma preguiça constante e a fuga de suas responsabilidades são facilmente identificáveis a um olhar mais atento. Para reconhecer os sintomas e criar atividades mais desafiadoras e moti- vadoras, a liderança necessita mapear seus processos e criar parâmetros de mensuração de desempenho para que * Marcelo Boeger é Administrador de Empresas, Coordenador e Professor do curso de especialização em hotelaria hospitalar do Hospital Albert Einstein (IIEPAE). Mestre em Planejamento em Gestão Ambiental pelo Centro Universitário Ibero Americano (Unibero), Mestre em Hospitalidade pela Universidade Anhembi Morumbi. Sócio e Consultor da empresa Hospitallidade Consultoria. Autor de diversos livros, entre eles: Liderança em 5 atos – ferramentas práticas para gestores em instituições de saúde (Yendis, 2012); Hotelaria hospitalar – Manuais de especialização Hospital Albert Einstein (Manole, 2011); e Hotelaria hospitalar – gestão em hospitalidade e humanização (2ª ed., Senac, 2012). SAÚDE | por Marcelo Boeger* Sentimento de baixo reconhecimento ou de não pertencimento são emblemáticos e um combustível excelente para que a Boreout exista Divulgação

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