Revista Infra Novembro/Dezembro 2019

157 INFRA Outsourcing & Workplace 1° Conheça seu público O primeiro passo parece óbvio, mas vale a pena mencionar porque ainda é um erro recorrente na comunicação empresarial. Em vez de pesquisas, son- dagens e escuta ativa, o “achismo” é muitas vezes usado como instrumen- to para qualificar o público-alvo das mensagens. Conhecer bem o público é importante não só para direcionar o conteúdo, formato e frequência das mensagens, mas até o próprio veículo. 2° Comece devagar Qualquer grande mudança deve co- meçar aos poucos, com implantação por etapas, para que se possa ir men- surando o impacto de cada uma delas, obter os aprendizados e fazer os ajustes a tempo. A frase: “Erre, mas erre rápido e corrija mais rápido ainda” ilustra bem a importância do Minimum Viable Pro- duct (MVP, do inglês – produto viável mínimo) mesmo nas mudanças de fer- ramentas e processos de comunicação. Ter um grupo ou uma área para projeto piloto pode ser um caminho. 3° Lembre-se de quem você é Mudar é importante, mas manter a essência também. É ela quem vai apon- tar o caminho na hora da dúvida, que vai conduzir as transformações sem que se perca a identidade. E é o ponto central da personificação da marca, ne- cessária para que o processo de comu- nicação siga a lógica da comunicação nas redes sociais, de um para um, de pessoa para pessoa. 4° Personifique sua empresa “Arquétipo” é um conceito do psi- cólogo Carl Gustav Jung utilizado na teoria da psique humana para repre- sentar modelos universais do incons- ciente coletivo. Na comunicação, ele pode ser usado para resumir motiva- ções, hábitos, anseios e princípios de uma marca, como mostram as autoras Margaret Mark e Carol S. Pearson no livro “O herói e o fora da lei” (Cultrix, 2012). Alguns exemplos de arquétipos é o inocente, muito bem representado pela Coca Cola; o Bobo da Corte, pela Pepsi; e o Herói, pela Nike. Ter conhe- cimento de qual arquétipo representa sua marca faz parte do processo de personificação. 5° Defina o tomde voz da sua persona Uma personificação requer uma voz. A partir do arquétipo fica mais fá- cil definir o tom de voz da sua marca e adaptá-lo aos diferentes veículos e momentos, com um equilíbrio entre a coerência e a flexibilidade, pois embora a essência seja sempre a mesma, cada canal tem características diferentes que exigem certa adaptação na linguagem. Além dos valores ou atributos que você O mercado empresarial investiu muito com foco no público externo, mas não existe essa instrumentalização da transformação digital interna Adriano Marcandali líder do Workplace by Facebook na América Latina tiver definido, o tom deve ser pensado de acordo com a personalidade que existe por trás. Qual é a história dela, quais são as suas circunstâncias, o que lhe interessa? Imagine como se fosse um personagem de novela para saber como ela falaria. Quanto mais claro for o perfil definido, mais fácil será estabe- lecer como ela se expressa. 6° Participe das conversas Autonomia e liberdade com respon- sabilidade fazem parte de um processo de comunicação horizontal, mas os to- madores de decisão precisam compor esse processo de forma democrática. Uma maneira de fazer isso é identifi- cando as lideranças naturais e criando canais abertos de contato. Outra ma- neira é definir porta-vozes oficiais por setores, áreas ou grupos que possam levar adiante as mensagens da empre- sa, de acordo como posicionamento da marca. Nesse caso, a ideia não é apenas transmitir mensagens, como em um formato tradicional, mas integrar as conversas, interagindo com as pessoas. 7° Pratique a escuta ativa, aproveite os insights A partir dessa comunicação aberta devem surgir diversos insights. Mante- nha-se atento, aberto e estruture pro- cessos para que eles não se percam ao vento. Grandes ideias de produtos, negócios, melhorias e resoluções de problemas podem surgir e precisam de apoio para ganhar corpo e vida. Aquela solução ou inovação que você está procurando fora, pode estar bem aí, do seu lado!

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