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INFRA
Outsourcing & Workplace
Os muros (ou a ausência deles)
também ensinam
Ao contrário do que parece à primeira vista, a gestão predial em instituições de ensino é de
vital importância, sendo, inclusive, reconhecida como parte integrante da proposta pedagógica
Segmento Escolas |
por Paula Caires
C
om certeza você já ouviu dizer que
as paredes têm ouvidos. Mas, acre-
ditem, elas também falam. É o que ex-
plica Marta Campos, coordenadora dos
Núcleos Relacionamento com Famílias
e Estética e Espaço Físico da Escola
Viva: “o espaço e a forma como ele é
oferecido mostram coisas. No primeiro
contato que os pais e alunos têm com
a escola, já percebem o diferencial”.
Por isso, o cuidado com o espaço faz
parte dos valores da instituição, assim
como a estética e a responsabilidade
socioambiental. Três valores, de igual
importância, que se complementam.
Além de zelar pela estrutura física, ter
a estética como valor mostra que é
necessário garantir uma identidade
e trabalhar para que o espaço traga
mensagens o tempo todo. “O ambiente
precisa ser instigante, funcional e agra-
dável”, afirma Marta.
É no que também acredita Fernan-
da Maria Nedopetalski, coordenadora
pedagógica da escola Quintal. Como o
próprio nome sugere, o objetivo é que
a escola seja a continuidade do quin-
tal de casa, onde a criança brinca, se
desenvolve e se sente acolhida – pré-
-
requisitos na educação infantil. Pensa-
do há 34 anos, o espaço foi concebido
com propósitos: fazer os alunos explo-
rarem o ambiente a sua volta, física e
sensorialmente. Há momentos em que
a criança fica descalça, toma banho de
esguicho d’água, pisa na areia, ou seja,
tudo é bastante explorado.
No geral, essas escolas oferecem
espaços amplos, integrados ao verde,
com salas que favorecem a circulação
de ar e a iluminação natural, flexíveis e
adaptadas a cada idade. Muito diferen-
te da versão tradicional onde os muros
eram onipotentes e as portas tinham
janelinhas de vidro de onde se podia
“
vigiar” os alunos. “Hoje, temos a con-
cepção de que a escola tem que estar
a favor e a serviço da aula. É assim que
teremos os alunos envolvidos. Não é
uma estrutura de prisão que vai segurar
a atenção deles”, elucida Marta.
Sala de aula da Educação
Infantil, do Colégio Sidarta - o
espaço é tido como ponto
central da proposta pedagógica
Divulgação
