Revista Infra setembro 2014 - page 28

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Outsourcing & Workplace
SUA ENERGIA TÁ ALTA?
Eficiência Energética |
por Léa Lobo
S
abemos que o custo de energia é
uma despesa representativa nas
grandes edificações e especialistas do
setor alertam sobre o alto custo da ele-
tricidade no Brasil e sobre as incertezas
do abastecimento desse insumo que
ameaçam se tornar mais um freio para
a economia brasileira. Na indústria já
há empresas inadimplentes, que amea-
çam fechar suas portas e que já estão
revisando seus planos de investimen-
tos, para baixo. Enfim, se você tem essa
demanda, é melhor estar com a sua
energia pessoal em alta, pois certamen-
te este é mais um dos desafios a serem
enfrentados por gestores prediais, que
precisam encontrar meios para conse-
guir uma melhor eficiência energética.
MODERNIZAÇÃO DO SETOR
No final de julho, a Associação Bra-
sileira das Empresas de Serviços de
Conservação de Energia (Abesco) reali-
zou no 11º Congresso Brasileiro de Efi-
ciência Energética (Cobee). Na ocasião,
a palestra de abertura contou com o
diretor do Centro Brasileiro de Infraes-
trutura (CBIE) e professor da Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Adriano Pires. Para ele a crise energéti-
ca apenas ressaltou os prejuízos que o
desprezo à programas consistentes de
eficiência energética e à modernização
do setor elétrico trouxe ao crescimento
do país. “Desde 2009 o foco tem sido
apenas a modicidade tarifária e a Me-
dida Provisória n. 579/2012 reforçou a
ideia engendrando uma queda muito
alta das tarifas e represando os reajus-
tes tarifários. Como resultado, esse ano
a crise ultrapassou os limites das dis-
tribuidoras e alcançou as geradoras de
energia. A estimativa é que o governo
tenha de repassar aos brasileiros uma
conta de mais de R$ 50 bilhões para
ajeitar a casa. Muitíssimo mais do que
foi gasto durante o racionamento de
2001/2002”, esclarece.
O mestre ressaltou ainda que o
Brasil jamais poderia ter problemas
energéticos por causa da diversidade
de matrizes, com abundância de pe-
tróleo, água, gás, vento, sol etc. Ele de-
fende que, já que o País é um dos que
menos consome energia per capita,
não deveria apresentar alto consumo
para geração de riquezas, em parte por
conta de não investir no setor elétrico
como política de competitividade. Para
ele, descentralizar as decisões que en-
volvem o setor elétrico, realizar leilões
regionais de energia e por fontes e in-
centivos à cogeração são fundamentais
para desenvolver o setor e garantir a se-
gurança energética. “Não existe energia
barata no mundo, ela vai ser cada vez
mais cara, inclusive no Brasil. A nossa
energia precisa é ser competitiva em
relação a outros países”, finaliza Pires.
Rodrigo Aguiar, presidente da Abesco
e Adriano Pires, diretor do CBIE
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