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Outsourcing & Workplace
VALOR DE SOBRA, RECOGNIÇÃO DE MENOS
“Preste serviços onde
a sua empresa possa
ser remunerada pelo
reconhecimento da
especialização ofertada e
valor agregado ao negócio
Café com o Mercado |
por Léa Lobo
C
om o objetivo de direcionar seu
conteúdo editorial para 2015, a IN-
FRA iniciou em outubro um ciclo de en-
contros com players do setor. A publi-
cação reuniu em São Paulo, em um café
da manhã, cinco executivos para tratar
do tema da contratação de serviços
em facilities. Participaram: Altair Luiz
Beling, Presidente da Mark Building;
Christian Mina, Diretor de Facilities Ma-
nagement da Cushman & Wakefield;
Elena Gonzalez, Diretora de Property
Management da Hines do Brasil; Fábio
Martins, Diretor de Gerenciamento de
Propriedades da Jones Lang LaSalle; e
Philippe Enaud, CEO da Vivante.
O primeiro tema abordado foi “ins-
tabilidade”, uma vez que as empresas
têm chamado fornecedores para rever
contratos. Um bom exemplo é o setor
automobilístico, que implantou o la-
yoff: redução temporária dos horários
ou mesmo a suspensão dos contratos
de trabalho por motivos advindos do
cenário incerto atual. E nesta onda,
todos os fornecedores que fazem par-
te desta mesma indústria também são
convidados a renegociar. Afinal, se a
produção de carros cai, o suporte em
Acho que ainda existe
uma deficiência de conceito
do que é de fato uma
especialização do que é
Facility Management
Elena Gonzalez,
Diretora de Property
Management da Hines do Brasil
infraestrutura e serviços das instalações
é puxado para seguir no mesmo ritmo.
CEOda Vivante, Enaud confirmou essa
tendência ao mencionar que os clientes
têm solicitado mudanças nas regras con-
tratuais. Segundo ele, é preciso se ade-
quar para atender à demanda, fazendo
muito menos do que foi acordado inicial-
mente. O executivo aponta também que
estamos num cenário que convive com
outra realidade: a das grandes corpora-
ções que buscam precificar processos
gigantescos de facilities, com o objetivo
de homogeneizar seus fornecedores. Para
ele, a estratégia é boa, mas poderia ser
melhor se as companhias dessem mais
voz aos especialistas (no caso, o mercado
fornecedor de serviços em FM). “Nosso
papel como parceiro é pontuar as melho-
rias possíveis para a instalação no que se
refere à facilities; o cliente só tende a ga-
nhar com uma gestão mais competitiva.
Uma coisa é gerenciar uma fábrica e seus
demais sites, outra é dispor de fornecedo-
res para edificações distintas, quando se-
gregadas. A falta de entendimento dessa
disparidade é apenas um dos equívocos
que encontramos no mercado”.
Gonzalez, da Hines do Brasil, ressalta
que tem sido constante a pressão dos
clientes em achatar as negociações, o
que reflete não só no desempenho da
própria equipe como também no negó-
cio da prestadora de serviços. Há uma
confusão de conceitos sobre o que é um
serviço especializado em facility e o que
são serviços especializados em limpeza
ou manutenção, por exemplo. “O maior
insumo das gerenciadoras de FMé amão
de obra qualificada, que inclui salários e
benefícios compatíveis. Somente com
esse aporte ela será capaz de prestar um
serviço que agregue valor ao negócio do
cliente”, enfatiza. “Escolher entre um es-
pecialista em finanças e um analista, ou
ainda, entre um engenheiro e um téc-
nico, é trabalhar com salários, conheci-
mentos e performance distintos”.
Para o Diretor de Gerenciamento
de Propriedades da JLL, Fábio Martins,
esse upgrade também passa pelo acul-
turamento do cliente, pois cada agente
tem sua expertise. Em outras palavras:
“O mercado comete um grande erro
quando contrata empresas especializa-