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Outsourcing & Workplace
8 MINUTOS, 9 MESES, UMA VIDA!
Em nove meses de estudo e trabalho, gestão do Rio Office Tower
conseguiu transformar a destruição de 75% de sua fachada
G
raças ao olhar estratégi-
co, foco e planejamento,
os atos de vandalismo que
marcaram presença nas ma-
nifestações ocorridas pelas
ruas do País a partir de junho
de 2013 não deixaram ape-
nas danos ao Edifício Rio Of-
fice Tower (ROT), localizado
no centro do Rio de Janeiro,
e administrado pela NYSE
JLL | Jones Lang LaSalle.
No dia 20 de junho da-
quele ano, oito minutos
foram suficientes para a de-
predação de 75% da fachada
de vidro do empreendimen-
to, que também teve seu
hall social invadido. Mas o
ocorrido motivou a revisão
do plano de gerenciamento
de crise, que inclui um novo
cenário e teve 10% de me-
lhoria, adequações ao plano
de ação, investimentos do
proprietário em tecnologias
e melhorias na infraestrutu-
ra predial, e ampliação dos
programas de treinamento,
que passaram a ser realiza-
dos mensalmente.
Para a Síndica Viviane
Binotti Gosling, o monito-
ramento eletrônico de ima-
gens (CFTV) com acesso
remoto merece destaque,
tanto pela sua eficácia no
Rafael Teles
,
Gerente de
Infraestrutura
da JLL
momento da crise, quanto
nas possibilidades que ele
oferece após a ocorrência.
As imagens obtidas per-
mitiram o estudo pormeno-
rizado do ocorrido, viabili-
zando a identificação dos
pontos vulneráveis que ser-
viram de base para a atuali-
zação do plano de seguran-
ça da edificação, que contou
também com a inserção do
novo cenário de resposta
– o de “Ocorrência de Mani-
festações Públicas”. Isso só
foi possível com o apoio da
consultoria de segurança
que envolveu uma equipe
multidisciplinar com Psicó-
logos, Gestores de Risco e
Coordenadores de Equipes,
contando com o apoio da
Administração Predial. Além
disso, a tecnologia permitiu
o monitoramento em tempo
real à distância e direciona-
mento das ações das equi-
pes de plantão. “Estar fora
do impacto emocional do
momento nos permitiu mon-
tar e acionar o plano de ação
de forma mais racional, ten-
do uma abrangência maior
da situação”, relembra Rafael
Teles, Gerente de Infraestru-
tura da JLL. Tanto que um
de seus maiores aprendiza-
dos é contar, cada vez mais,
com o apoio de ferramen-
tas de tecnologia na gestão.
“As empresas possuem as
ferramentas, mas as usam
pouco. A sala de monitora-
mento tem de sair da mão,
exclusivamente, da vigilân-
cia”, recomenda, destacando
também a importância de se
ter objetivos claros em rela-
ção aos monitoramentos e
um plano de contingência
formatado.
Por meio das imagens
também foi possível iden-
tificar possíveis pontos de
melhoria em relação à con-
duta dos colaboradores e
revisão de procedimentos.
As rotinas de travamento e
bloqueio de todos os eleva-
dores, junto com o envio de
informações de emergência
para eles, mais identificação
de usuários na torre, posi-
cionamento das equipes na
planta, e procedimentos de
comunicação interna e ex-
terna em situações de crise
e pânico foram alguns dos
pontos melhorados.
Após as ações emergen-
ciais, foram tomadas ações
de urgência para recupera-
ção das instalações atingi-
das, afinal, eram 500 metros
EDIFÍCIO RIO OFFICE TOWER |
por Paula Caires
Juliano Coutinho