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INFRA
Outsourcing & Workplace
A SINERGIA ENTRE COMPRAS
E FACILITY MANAGEMENT
GESTÃO |
por Fernando Méro*
C
ada vez mais a área de Suprimen-
tos vem se tornando parte funda-
mental da estratégia das companhias.
A responsabilidade de negociar com
fornecedores se tornou muito mais im-
portante e as equipes de compras estão
bastante alinhadas com os objetivos
da empresa em médio e longo prazo;
quanto maior este alinhamento, me-
lhores resultados serão atingidos.
Outra sinergia que se faz necessária
é da área de compras com seus clientes
internos (pessoas que geram os estí-
mulos e as demandas). Tornou-se in-
viável uma organização encarar a área
de compras como uma “solucionadora
de urgências”. Falando especificamente
da relação entre Suprimentos e Facili-
ties Management, temos um cenário
bastante típico: prazos apertados e
constante cobrança pela redução dos
custos. Esse contexto dificulta a eficá-
cia de ambas as áreas.
E qual a receita para tornar este rela-
cionamentomais produtivo e eficiente? A
resposta é planejamento e comunicação.
Planejar com antecedência é fun-
damental para ambas as partes e isso
mitigará as famosas “demandas urgen-
tes”. Tanto para compras quanto para o
FM, quanto maiores os prazos, melho-
res os outputs. Para otimizar seu plane-
jamento de uma forma proativa, a área
de suprimentos deve sempre gerenciar
relações de parceria com fornecedores
para garantir rápidas respostas e a con-
tínua melhoria de desempenho.
A compra de atividades relaciona-
das a serviços de FM é completamente
diferente da compra de mercadorias.
Se, por exemplo, chegar ao profissio-
nal de compras a tarefa de contratar
um serviço de manutenção predial
preventiva, ou, até mesmo, de limpeza,
as chances de haver uma contratação
100% coerente com o objetivo da área,
torna-se muito baixo. É neste momento
que entra o quesito da comunicação.
As contratações de FM têm uma com-
plexidade relativamente maior que em
outras áreas. Um escopo claro e bem
definido será um fator diferencial para
que a área de compras possa atingir as
expectativas. Não existe um modelo de
escopo perfeito, mas alguns itens são
essenciais para facilitar a ação de com-
pras, principalmente quando falamos
de serviços específicos de FM: budget li-
mite para a contratação, periodicidade,
localidade e as especificações técnicas
do serviço.
Além do escopo bem definido, o
contato próximo entre as áreas é um
fator que colaborará com o sucesso da
contratação. Especificando um pouco
este conceito, quando falamos de uma
contratação de manutenção predial,
por exemplo, quanto maior for a partici-
pação do time de Suprimentos na defi-
nição do escopo e dos detalhes opera-
cionais, como localidade, abrangência,
recorrência, tipo da manutenção, quali-
dade necessária e limite de budget, mais
fácil se tornará o desfecho do processo
e da efetiva negociação. Essa proximida-
de deve ser afinada e orgânica, ou seja,
ambas as áreas devem se sentir confor-
táveis para trabalharem juntas e inter-
nalizarem que essa sinergia será crucial
para a otimização dos resultados.
Outro ponto de comunicação que
merece atenção é inerente à captação
das demandas. Quando a empresa
possui um FM espalhado por diversas
localidades, muitas vezes as demandas
se perdem e nem chegam até o time de
compras. A solução deste tópico pode
ser dada através da criação de um pon-
to único de contato para os principais
clientes internos.
As duas áreas devem andar juntas
para obterem melhores resultados e
isso dependerá diretamente do alinha-
mento entre si. Quanto mais planeja-
mento, melhor possibilidade para es-
tudos robustos da área de compras, e
quanto mais comunicação e afinamen-
to entre as áreas, melhor será o resulta-
do final das contratações.
*
Fernando Méro
, Coordenador de Compras
Corporativas e Estratégicas da Azul Linhas
Aéreas Brasileiras. É formado em Administração
de Empresas pela Universidade Presbiteria-
na Mackenzie e especializado em Dinâmica
de Negócios pelo Insper, desde seu primeiro
estágio trabalhou no setor de suprimentos e foi
responsável por diversas categorias; ao decorrer
da carreira especializou-se na área de Facilities
e Infraestrutura. Passou por alguns ramos bem
diferentes os quais enriqueceram seus conheci-
mentos da área de Supply Chain – farmacêuti-
co, bens de consumo, construção civil e aviação.
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