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31

INFRA

Outsourcing & Workplace

já que não dá para simplesmente “jogar

fora”. Isso porque, simplesmente, não

existe o “fora”, o lixo ainda fará parte do

mesmo ecossistema que dividimos, pois

ele continuará no planeta, e a solução é

descobrir o que podemos fazer com ele.

O primeiro passo para essa solução,

segundo Burger, está na separação cor-

reta do resíduo no momento do seu

descarte, isso porque quando se trata

verdadeiramente de “lixo”, que vem todo

misturado, é difícil, ou quase impossível,

reaproveitá-lo. A não separação dos resí-

duos acaba gerando impactos sociais e

econômicos, e novos aterros sanitários

(onde esse lixo não separado é descarta-

do) são cada vez mais difíceis de implan-

tar por falta de área disponível.

No sistema de gerenciamento de resí-

duos da Recicleiros essa separação é feita

por meio dos “canais de destinação”, que

são classificações para cada grupodema-

terial geradoemumempreendimento, via-

bilizando sua logística ideal. Esses canais

são divididos em seis grupos de material:

1) Canal verde:

resíduos recicláveis co-

muns, que são destinados para as coo-

perativas de catadores.

2) Canal cinza:

resíduos considerados

rejeitos, que são destinados a aterros

sanitários.

3) Canal laranja:

resíduos recicláveis de

logística diferenciada (eletrônicos, pilhas,

lâmpadas, cartuchos de impressora, pi-

lhas, vidros quebrados etc.).

4) Canal azul:

resíduos advindos dos

serviços de saúde.

5) Canal lilás:

resíduos da construção civil.

6) Canal marrom:

resíduos orgânicos

compostáveis.

A partir dessa diferenciação, é pos-

sível traçar um plano para o descarte

correto dos resíduos. Burger dissertou

também sobre os Sistemas de Gestão

de Resíduos (SGR), que são mecanismos

estruturados para colocar em prática de

forma efetiva os Plano de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos (PGRS), documen-

tos obrigatórios para empreendimentos

considerados grandes geradores de resí-

duos. Os SGRs possuem quatro pilares

fundamentais para funcionar:

1) Estruturas +2) Sinalização:

as lixeiras e

os sacos plásticos dentro delas devem ser

padronizadascomcoresdiferentes,oquefaz

com que o usuário identifique claramente

oquedeve jogar emcada lixeira, eque seja

fácil tambémpara o colaborador que faz a

coleta das lixeiras até os “entrepostos de

armazenamento” da edificação, lugar para

onde sãoencaminhados os resíduos antes

de seremdestinados adequadamente.

3) Processos:

os caminhos que o re-

síduo percorre desde que o usuário o

deposita na lixeira até o local que ele

será devidamente destinado devem ser

entendidos como umprocesso a ser cum-

prido. Para isso, é necessário capacitação

e treinamento dos colaboradores, pois

esse processo só vai funcionar se estiver

bem alinhando e comunicado com os

envolvidos.

4) Regulamentação:

é importante esta-

belecer regras e comunicá-las aos usuá-

rios, pois se isso não acontecer, é muito

fácil voltar ao padrão anterior. Assim, é

preciso comunicar a regra, tratar sobre

punições etc.

A Recicleiros já desenvolveu siste-

mas para empreendimentos que esta-

vam ainda em construção, o que Burger

acredita ser uma grande vantagem, pois

facilita pensar a estrutura do início para

que seja feita a gestão diferenciada do

resíduo, abrindo o leque para diversos

fornecedores e serviços alternativos, e

mais sustentáveis.

Burger finalizou a palestra dando

duas hot tips sobre a aplicação de sis-

temas de gerenciamento de resíduos:

1) É preciso engajamento:

para o su-

cesso da aplicação do sistema é impor-

tante que seja feito um trabalho em rede,

que todos estejam envolvidos, pois não

dá para aplicar a mudança sozinho. Ele

acrescenta, ainda como motivo, o fato

de a Lei n. 12.305, que trata a Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),

expor a responsabilidade sobre a desti-

nação do lixo como compartilhada, ou

seja, todos os envolvidos no processo –

poder público, fabricantes, importadores,

distribuidores, comerciantes ou usuários

– têm sua parcela de responsabilidade.

2) É necessário ter flexibilidade nos con-

tratos:

pelo sistema de gestão de resíduos

Antonio Gentil,

Presidente do

Grupas e o anfitrião

da reunião Ricardo

Vacaro, Diretor Geral

da RL Higiene

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