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INFRA
Outsourcing & Workplace
já que não dá para simplesmente “jogar
fora”. Isso porque, simplesmente, não
existe o “fora”, o lixo ainda fará parte do
mesmo ecossistema que dividimos, pois
ele continuará no planeta, e a solução é
descobrir o que podemos fazer com ele.
O primeiro passo para essa solução,
segundo Burger, está na separação cor-
reta do resíduo no momento do seu
descarte, isso porque quando se trata
verdadeiramente de “lixo”, que vem todo
misturado, é difícil, ou quase impossível,
reaproveitá-lo. A não separação dos resí-
duos acaba gerando impactos sociais e
econômicos, e novos aterros sanitários
(onde esse lixo não separado é descarta-
do) são cada vez mais difíceis de implan-
tar por falta de área disponível.
No sistema de gerenciamento de resí-
duos da Recicleiros essa separação é feita
por meio dos “canais de destinação”, que
são classificações para cada grupodema-
terial geradoemumempreendimento, via-
bilizando sua logística ideal. Esses canais
são divididos em seis grupos de material:
1) Canal verde:
resíduos recicláveis co-
muns, que são destinados para as coo-
perativas de catadores.
2) Canal cinza:
resíduos considerados
rejeitos, que são destinados a aterros
sanitários.
3) Canal laranja:
resíduos recicláveis de
logística diferenciada (eletrônicos, pilhas,
lâmpadas, cartuchos de impressora, pi-
lhas, vidros quebrados etc.).
4) Canal azul:
resíduos advindos dos
serviços de saúde.
5) Canal lilás:
resíduos da construção civil.
6) Canal marrom:
resíduos orgânicos
compostáveis.
A partir dessa diferenciação, é pos-
sível traçar um plano para o descarte
correto dos resíduos. Burger dissertou
também sobre os Sistemas de Gestão
de Resíduos (SGR), que são mecanismos
estruturados para colocar em prática de
forma efetiva os Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos (PGRS), documen-
tos obrigatórios para empreendimentos
considerados grandes geradores de resí-
duos. Os SGRs possuem quatro pilares
fundamentais para funcionar:
1) Estruturas +2) Sinalização:
as lixeiras e
os sacos plásticos dentro delas devem ser
padronizadascomcoresdiferentes,oquefaz
com que o usuário identifique claramente
oquedeve jogar emcada lixeira, eque seja
fácil tambémpara o colaborador que faz a
coleta das lixeiras até os “entrepostos de
armazenamento” da edificação, lugar para
onde sãoencaminhados os resíduos antes
de seremdestinados adequadamente.
3) Processos:
os caminhos que o re-
síduo percorre desde que o usuário o
deposita na lixeira até o local que ele
será devidamente destinado devem ser
entendidos como umprocesso a ser cum-
prido. Para isso, é necessário capacitação
e treinamento dos colaboradores, pois
esse processo só vai funcionar se estiver
bem alinhando e comunicado com os
envolvidos.
4) Regulamentação:
é importante esta-
belecer regras e comunicá-las aos usuá-
rios, pois se isso não acontecer, é muito
fácil voltar ao padrão anterior. Assim, é
preciso comunicar a regra, tratar sobre
punições etc.
A Recicleiros já desenvolveu siste-
mas para empreendimentos que esta-
vam ainda em construção, o que Burger
acredita ser uma grande vantagem, pois
facilita pensar a estrutura do início para
que seja feita a gestão diferenciada do
resíduo, abrindo o leque para diversos
fornecedores e serviços alternativos, e
mais sustentáveis.
Burger finalizou a palestra dando
duas hot tips sobre a aplicação de sis-
temas de gerenciamento de resíduos:
1) É preciso engajamento:
para o su-
cesso da aplicação do sistema é impor-
tante que seja feito um trabalho em rede,
que todos estejam envolvidos, pois não
dá para aplicar a mudança sozinho. Ele
acrescenta, ainda como motivo, o fato
de a Lei n. 12.305, que trata a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
expor a responsabilidade sobre a desti-
nação do lixo como compartilhada, ou
seja, todos os envolvidos no processo –
poder público, fabricantes, importadores,
distribuidores, comerciantes ou usuários
– têm sua parcela de responsabilidade.
2) É necessário ter flexibilidade nos con-
tratos:
pelo sistema de gestão de resíduos
Antonio Gentil,
Presidente do
Grupas e o anfitrião
da reunião Ricardo
Vacaro, Diretor Geral
da RL Higiene
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