Revista Infra junho 2014 - page 10

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Outsourcing & Workplace
manutenção em hospitais estão basea-
das no aumento da confiabilidade da
operação. Além dos riscos operacionais
em equipamentos de áreas críticas, te-
mos a preocupação e responsabilidade
com a saúde humana”, afirma.
Preocupação essa que deve per-
mear todos os processos e infraestru-
tura do hospital – uma máquina com-
plexa dotada de diversas “empresas”
dentro de uma, como enxerga Escobar,
também sócio-diretor da Interarqui Ar-
quitetura e Construção, especializada
em projetos e construções hospitala-
res, e doutor em arquitetura hospitalar,
sistemas e redes de saúde. Segundo
ele, o hospital também é um hotel, uma
lavanderia, uma cozinha, uma indústria
etc., que não pode parar nem falhar ja-
mais. Em suas palavras, “é como se o
facility manager fosse o hardware de
um plano de voo. Não pode falhar, não
pode faltar. A manutenção tem que ser
perfeita 24 horas por dia, sete dias da
semana”. Com essa preocupação, já
são previstos nos projetos arquitetôni-
cos andares técnicos – principalmente
sobre centros de diagnósticos e cirúr-
gicos – criados exclusivamente para
que as manutenções necessárias sejam
feitas sem intervir ou paralisar a rotina
médica e de exames.
Para Mata, mais que estruturar pro-
cessos confiáveis, o segredo está nas
pessoas: “Apesar de toda a infraestru-
tura e do aparato tecnológico que dis-
pomos, tudo o que fazemos é por meio
das pessoas e para elas”.
É essa visão que está mudando
o conceito da medicina, como expli-
ca Escobar, com base no termo inglês
patient focused healthcare”, ou seja, a
“medicina focada no paciente”. Tal mu-
dança impacta diretamente no dia a dia
do facility manager. Se antigamente as
salas de espera disponibilizavam cadei-
ras com braços para evitar que as pes-
soas dormissem no local, como conta
Escobar, hoje se deve oferecer boas
condições para a estadia do acompa-
nhante, criar ambientes que priorizem
iluminação e ventilação naturais, com
vista para o ambiente externo, além de
prever espaços de hospitalidade, como
uma sala de repouso ou um guarda-
-malas, por exemplo.
FOCO NO PACIENTE,
FOCO NO CLIENTE
A chamada “nova classe média” já
vislumbrou as conquistas básicas a par-
tir do aumento de seu poder aquisitivo.
Agora, está em busca de qualidade de
vida. Viram prioridades questões como
educação e saúde. Juntamente ao au-
mento da expectativa de vida e con-
sequente crescimento da população
idosa do País, tais fatores aumentam a
demanda por serviços privados de saú-
de. Segundo a Associação Nacional de
Hospitais Privados (Anahp), desde 2007
mais de 8 milhões de pessoas migra-
ram do SUS (Sistema Único de Saúde)
para a saúde suplementar (privada).
A situação se agrava, pois enquanto o
número de usuários de plano de saúde
cresceu, em média, 4,1% ao ano, 11,2%
dos leitos privados (com fins lucrativos)
foram fechados no período (18.322 lei-
tos), o que representa uma média de
um hospital fechado por semana, de
acordo com o Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde do Minis-
tério da Saúde (CNES). De acordo com
a Anahp, “as razões para essa redução
 Para atender a
crescente demanda,
a Anahp estima serem
necessários
de R$ 4,3 bilhões a
R$ 7,3 bilhões de
investimento por parte
de hospitais privados,
até 2016 
José Cleber do
Nascimento Costa,
diretor-geral do
INDSH: “o facility
que atua no setor
hospitalar deve ter
consciência de que
seu trabalho, de
certa forma, é como
o do médico
Divulgação
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