Revista Infra setembro 2014 - page 65

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INFRA
Outsourcing & Workplace
LIXO EXTRAORDINÁRIO
Gerenciar os resíduos de
maneira sustentável é meta
obrigatória na agenda de
facilities managers de visão
Gestão de Resíduos |
por Érica Marcondes
F
oi-se o tempo em que lixo era si-
nônimo de material sem valor ou
utilidade. Ao contrário. A palavra de or-
dem atualmente é a requalificação dos
resíduos como nova fonte de recursos.
E isso tem a ver com pensar em manei-
ras diferentes de realizar os mesmos
processos, descobrir alternativas para
alcançar melhores resultados em mui-
to menos tempo e, ainda, modificar a
cultura para gerar menos detritos.
Segmentos como o alimentício já
descobriram as vantagens de tratar o
tema sob esta nova ótica. Quem traz os
dados é o gerente de engenharia/ope-
rações da Central de Tratamento de Re-
síduos da Marca Ambiental, Ronan de
Moraes Agostini. Ele cita, de acordo com
Associação Brasileira das Indústrias da
Alimentação (Abia), que a produção de
alimentos cresceu 3,2% em 2013. Com
a ela, aumentou também a preocupa-
ção com a destinação dos resíduos
gerados nos processos de fabricação
dessas empresas. Isso por que, a indús-
tria de alimentos gera diversos tipos de
resíduos, como efluentes, produto não
conforme, pilhas, baterias, óleo, ácidos
e todos eles devem ser tratados confor-
me as normas e padrões exigidos pelos
órgãos ambientais.
Já no exterior, essa história vai ainda
mais longe. Contra o desperdício, uma
tradicional rede de supermercados no
Reino Unido – a Sainbury’s – terá uma
loja inteira abastecida por energia pro-
veniente de alimentos que iriam para o
lixo. A notícia, divulgada pelo jornal bri-
tânico
The Guardian
, conta que a rede
já é o maior consumidor de energia a
partir do processo de digestão anaeró-
bia de alimentos no país, o que garante
energia suficiente para iluminar 2.500
casas por ano.
Os restos de comida dos supermer-
cados em Cannock serão transporta-
dos para uma empresa de reciclagem
parceira nas proximidades, onde será
transformado em gás biometano. O gás
será então usado para gerar eletricida-
de, enviada de volta para a loja por uma
linha de transmissão de 1,5 km de ex-
tensão. Paul Crewe, chefe de sustenta-
bilidade da empresa, explica que “não
é apenas sobre o desperdício de ali-
mentos, é sobre um monte de tecnolo-
gias combinadas que nos torne menos
dependentes da rede nacional”.
O QUE EXIGE A LEI
Para atender as novas normas es-
tabelecidas pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), muitas em-
presas aqui no Brasil têm buscado solu-
ções e tecnologias diferenciadas não só
para diminuir a quantidade de resíduos
dispostos em aterros, como também,
criar métodos que possam reutilizá-los
no ciclo de produção de onde foram
originados, como por exemplo, no caso
de embalagens de papel.
Em vigor desde agosto, a PNRS exi-
ge, por exemplo, que “os órgãos públi-
cos implantem a gestão de resíduos
sólidos em suas dependências, identifi-
Parque D. Pedro Shopping, no interior
paulista: gestão incentiva fornecedores
para práticas sustentáveis
Divulgação
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