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INFRA

Outsourcing & Workplace

As entidades desenvolvem orien-

tações, normas e conceitos, muitas

vezes trabalhando junto a órgãos do

governo, e possuem um potencial bár-

baro de formação de conteúdo educa-

tivo por meio de veículos informativos

próprios cuja linguagem e conteúdo

são dirigidos unicamente aos seus

associados e não para os potenciais

compradores dos associados – o que

ainda é uma pena.

Eu acredito na importância de fazer

esse comprador de soluções saber que

ele tem muito mais a conhecer do que

imagina sobre as entidades do setor, e

que isso pode ser um ponto de partida

para que ele contrate melhor seus ser-

viços. Para tanto, convido os presentes

a darem sua opinião sobre esse pon-

to de vista. Antes, convido o Professor

Moacyr a contextualizar sua visão do

mercado de serviços.

Professor Moacyr:

Estou no setor

de Facilities há 15 anos e comecei a tra-

balhar na década de 1990 com prédios

inteligentes. Foi nessa época que os pré-

dios começaram a ficar mais complexos

e maiores, então, a gestão teve de ser

profissionalizada. No final da década,

ainda não havia um mercado de educa-

ção para formar pessoas para essa área

e montamos o primeiro MBA, em 2002. É

complexo trabalhar com a formação de

Facility porque o conhecimento é multi-

disciplinar e a diversidade das pessoas

que estão no ramo é muito grande.

Temos uma grade de conteúdo difí-

cil para um público difícil, pois o mer-

cado nasceu se estruturando, ele não

foi planejado. A Poli recebe vários perfis

de pessoas. No começo do curso espe-

rávamos mais prestadores de serviços,

mas temos mais tomadores, até porque

o salário deles é melhor.

Recentemente, foi aberto um cur-

so de gerenciamento de ativos imobi-

liários corporativos em parceria com

a Corenet, pois observamos que as

prestadoras não sabem fazer os ser-

viços e os processos adequadamente.

Geralmente, elas simplesmente colo-

cam o profissional no prédio e ele tem

que se virar. Também há dificuldade

de contratação. Um problema gravís-

simo é que os prestadores largam o

serviço porque falta estratégia de per-

manência. Precisa existir em médio e

longo prazo uma estratégia de con-

quista do cliente, o que não acontece

na prática, pois as empresas ganham

e perdem contratos com facilidade.

Outra reclamação frequente do setor

é a falta de gerência. Um bom exem-

plo disso foi o que aconteceu no Hos-

pital Albert Einstein, que mantinha

mais de mil funcionários de limpeza

e descobriu que os procedimentos es-

tavam sendo feitos errados. Eles man-

daram uma equipe para os Estados

Unidos no intuito de se especializar.

Na volta, ela ensinou aos funcionários

próprios e terceirizados do hospital

os procedimentos corretos. Com isso,

o quadro foi reduzido gerando uma

redução de 30% nos custos fixos da

instituição.

Situações como essa geram no

cliente a sensação de estar sendo en-

rolado pelos prestadores. Importante

citar, também, a falta de padrão dos

serviços. Na Europa, para resolver isso,

houve a implantação de contratos com

normas de contratação para ambas as

partes de forma a cobrir a grande varia-

bilidade dos negócios. Algumas coisas

precisam ser mexidas no setor de servi-

ços, pois, não dá para trabalhar apenas

na base do “apagar incêndio”.