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53

INFRA

Outsourcing & Workplace

O SISTEMA ELÉTRICO

INTELIGENTE E A

MODICIDADE TARIFÁRIA

ENERGIA

 | 

por Agostinho Celso Pascalicchio e equipe (*)

O atual setor elétrico brasileiro é

estruturado de forma centralizada,

com um grande centro administrativo

que controla a energia elétrica distri-

buída por grandes e longas linhas de

transmissão. A extensão das linhas de

transmissão, no Brasil, supera 116 mil

quilômetros, dos centros de distribui-

ção até centros de consumo.

Segundo a ANEEL, o sistema de dis-

tribuição no Brasil é constituído por 75

concessionárias. Ao longo das linhas

de transmissão, ocorrem perdas téc-

nicas e nos centros de consumo, além

dessas perdas, há déficits por furtos na

rede básica de distribuição – aquela

que chega ao consumidor.

No que compete aos setores de

transporte de energia, a transmissão e

distribuição são consideradas mono-

pólios naturais, devido à inviabilidade

econômica e estrutural da competi-

ção de dois agentes em uma mesma

área de concessão. Dessa forma, há

uma regulação por parte dos órgãos

governamentais para normatizar os

preços do setor.

A estrutura do Novo Modelo do

Setor Elétrico, implantada em 2004

por meio das Leis n. 10.847/2004 e n.

10.848/2004, é constituída por dois

ambientes de comercialização: um é

regulado (ACR – Ambiente de Contra-

tação Regulada), com o objetivo de

proteger o consumidor cativo; e outro

é livre (ACL – Ambiente de Contrata-

ção Livre), com o objetivo de estimu-

lar os consumidores livres. Os contra-

tos no ambiente ACR são feitos por

meio de leilões de energia; fixa-se um

preço-teto para o MWh a ser ofertado

de acordo com a fonte de energia. O

leilão ocorre conforme o modelo ho-

landês, em que quem ganha é quem

tem o menor preço.

Ainda, a matriz energética brasilei-

ra sofreu muitas alterações ao longo

do tempo. Após a crise de 2001, a ma-

triz recebeu uma adição das termoelé-

tricas alimentada em sua maioria por

combustíveis fósseis e que atualmen-

te compõe a segunda maior fonte de

energia do Brasil.

O Brasil se constitui em um dos ra-

ros casos de país que investiu em com-

bustíveis derivados de petróleo como

insumo para alimentar as termoelé-

tricas. Outros países, como a China,

investiram no carvão (muito poluidor)

e os países europeus investiram em

energia “limpa” como a eólica e a solar.

No Gráfico 1 é apresentada a ma-

triz energética brasileira, que mostra

a porcentagem das fontes de energia

Agostinho

Pascalicchio

,

que é Professor

da Universidade

Mackenzie/SP nas

áreas de economia

e finanças. Executivo

com 28 anos

de experiência

nas áreas de

finanças, projetos

de infraestrutura,

projetos

sustentáveis e em

macroeconomia

nacional e

internacional.