Revista Infra outubro 2014 - page 64

64 INFRA
Outsourcing & Workplace
Com o objetivo de
entender como os
empresários estão
lidando com o
momento econômico
e político atual
e também sobre
as questões que
impactam o dia a
dia do negócio de
asseio e conservação,
a INFRA entrevistou
alguns empresários
e representantes
das entidades do
setor, participantes
do Eneac 2014. O
resultado é quase
unânime de que
o setor precisa ser
melhor entendido e
percebido, afinal os
desafios são imensos.
O maior valor está
no real desejo do
empresariado
em atender o
cliente com o que
há de melhor na
prestação de serviços
especializados.
Entretanto, no meio
do caminho há
muitos desafios...
Acompanhe a seguir
os melhores trechos
do bate-papo:
Atualmente, o grande entrave
que impede o crescimento das
empresas de serviços é a escas-
sez de mão de obra. O grande
desafio das empresas está na
formação de profissionais e,
principalmente, em sua reten-
ção, para que possamos entre-
gar um trabalho com qualidade.
Apesar de a expectativa não ser
positiva para 2015, particular-
mente não estamos trabalhan-
do com este cenário. É óbvio
que não teremos o crescimento
expressivo dos anos anteriores,
mas estamos prevendo uma
estabilização da nossa empresa
com baixo crescimento que, no
meu ponto de vista, é salutar
para reorganizar os processos e
prepará-la para novos desafios.
O grande desafio está em man-
ter a empresa na liderança do
mercado através da inovação,
qualidade e com a credibilidade
da empresa conquistada nestes
47 anos de existência .
Fábio Sandrini Baptista
é
diretor-executivo do Grupo
Verzani & Sandrini e diretor-
financeiro do Seac-ABC.
Os negócios passaram da fase
de euforia, com a Copa do Mun-
do, para certa calmaria, devido
à crise econômica do País. Infla-
ção, juros elevados e baixo cres-
cimento econômico têm grande
influência na tomada de decisão
das empresas, além, é claro, das
expectativas com o período de
eleições. No entanto, não há dú-
vidas que as entidades de classe
vêm desempenhando um im-
portante papel na defesa do em-
presariado. Observo, entretanto,
que a ‘cultura’ da burocracia e o
péssimo ambiente de negócios
exigem ainda maior vigilância e
atuação por parte das entidades
de classe do setor empresarial.
É preciso lembrar que o empre-
sário também é um trabalhador,
muitas vezes com mais de 12
horas de trabalho diário, perma-
nentemente colocando em risco
todo o patrimônio duramente
conquistado. As margens de lu-
cro dos contratos são cada vez
mais baixas. Sem uma atenta e
inteligente gestão, o prejuízo e
o risco empresarial rapidamente
se fazem presentes, colocando
a empresa em risco. As entida-
des conhecem as demandas do
empresariado, mas percebemos
que as mudanças são muito len-
tas; as autoridades e o País não
têm a cultura de respeito às em-
presas, que precisam de medi-
das capazes de facilitar a gestão,
o crescimento e a geração de
empregos .
Ricardo Garcia
, presidente da
Luso Brasileira e do Seac-RJ.
O QUE QUEREM E PENSAM OS EMPRESÁRIOS DO SETOR
Dentro do cenário político e
econômico atual, sinto que além
da demanda há uma predispo-
sição das empresas de asseio e
conservação em investir; mesmo
daquelas menores, que muitas
vezes não têm o recurso, mas
o buscam para fazer o investi-
mento na aquisição de equipa-
mentos. Porém, no geral, há o
investimento incorreto, porque,
muitas vezes, é feita a compra
de máquinas erradas por falta
de orientação, de consultoria, de
assessoria pré-venda. A deman-
da técnica, comercial e financei-
ra precisa ser tratada de maneira
diferente para ser atendida. Per-
cebo que o Brasil aposta nas má-
quinas para facilitar o trabalho, o
que é diferente de mecanizar o
trabalho. “Mecanizar o trabalho”
é mais do que comprar uma má-
quina, é redefinir o processo para
ver qual é o equipamento que
melhor ser encaixa. Tudo isso
envolve homem, tempo, máqui-
nas, químicos, tecnologia etc.
Quer um exemplo? Um funcioná-
rio mal treinado opera uma má-
quina no período da noite, para
de dia o prestador designar oito
pessoas para refazer o trabalho
mal executado. Omercado ainda
está verde para a mecanização; a
ideia da mecanização ainda não
está entendida. Esses processos
sãomuito lentos. E é exatamente
aí que existem as oportunidades
para as entidades, que têm uma
missão extremamente importan-
te para reeducar o mercado para
uma nova fase .
Almir Ribeiro Neto
, diretor
da BR Máquinas.
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