Revista Infra outubro 2014 - page 68

68 INFRA
Outsourcing & Workplace
Qual é a sensação de partici-
par do primeiro Eneac como
presidente da Febrac?
O Eneac é hoje o maior evento do setor,
prestigiado por parceiros, fornecedores
e prestadores de serviços vindos de to-
dos os cantos do Brasil, que se benefi-
ciam da rica troca de experiências e da
vivência de palestrantes de alto nível.
Ao mesmo tempo, estamos falando de
uma indústria [limpeza] que vem lu-
tando incessantemente por condições
mais justas para a prática do empreen-
dedorismo. Por isso, para esta edição,
decidimos por uma programação diver-
sificada, que alia os assuntos pertinen-
tes à categoria, mas que também apre-
senta uma roupagem motivacional.
Um dos temas abordados diz respeito
ao “e-social” – projeto do Governo
Federal que vai unificar o envio de
informações pelo empregador em
relação aos seus empregados.
Trata-se de um assunto extremamente
relevante para o nosso público, princi-
palmente para um setor que congrega
empresas de perfis e estruturas tão dis-
tintas. Acreditamos que as dificuldades
em se implantar um projeto como esse
aumentam e diminuem conforme o local
onde essa empresa desenvolve suas ati-
vidades. Parece mentira, mas as dimen-
sões continentais fazem com que o nos-
so País tenha regiões ainda sem acesso
à Internet, o que inviabiliza o “e-social”.
É preciso orientar o empresariado sobre
essa e outras questões, para que ele pos-
sa atender à legislação. Porque, no geral,
tenho certeza que a medida do Governo
Federal vem para melhorar os processos.
Qual é o maior desafio do setor
de limpeza e conservação hoje?
Os obstáculos são alguns, a exemplo do
cliente que continua contratando mal.
Houve uma mudança, mas pequena. A
visão é ainda pelo menor preço e ponto.
Não são contempladas as contribuições
sociais, tributárias etc. O cliente, por
também não entender a forma como
é calculado o preço e a complexidade
da atividade, acaba comprando errado.
Nos estados fora das Regiões Sul-Su-
deste, isso é mais comum. Na licitação,
os pregoeiros ainda são o maior calo no
nosso sapato. Não analisam se as em-
presas são “de fachada” ou não.
E a mão de obra?
É outro ponto a ressaltar, porque faltam
trabalhadores e os que se candidatam
não têm capacitação. Some-se a isso a
questão da tecnologia. Ela é positiva,
bem-vinda,mas tratadademaneira equi-
vocada. A compra, muitas vezes, é super
ou subdimensionada. Se o equipamento
apresenta algum defeito, logo é deixado
de lado, o que pressiona a mão de obra
a correr atrás do prejuízo. É preciso uma
parceria forte entre fabricantes, empre-
sas de suporte técnico, prestadores de
serviços e contratantes. O investimento
é alto e só vai se justificar se o equipa-
mento fizer o que promete em conjunto
com o conhecimento do agente de lim-
peza. Paralelamente, o Governo Federal
poderia ajudar no financiamento dessa
tecnologia, enquanto arquitetos e cons-
trutores precisariam ter uma matéria es-
pecífica sobre limpeza e conservação na
grade curricular, para então dimensionar
corretamente essas instalações. Existem
locais, que de tão pequenos fica impos-
sível operar umequipamento adequada-
mente. Tem máquinas que não entram
no elevador, e por aí vai...
Qual é a sua mensagem para
os empresários do setor?
Pegando o gancho da palestra de Pau-
lo Storani: “Vá e vença!”. Que saiamos
daqui motivados. Afinal, somos empre-
sários/pessoas que já realizaram mui-
to, que levantaram tijolo por tijolo de
suas empresas, que têm conhecimento
e experiência. Então, que arregacem as
mangas! A terceirização é irreversível e
não seremos afetados ao ponto de ter
de mudar de negócio. O segredo está em
mostrarmos que somos grandes gerado-
res de emprego, que levamos este País
com o propósito de somar para a socie-
dade. Abrir as portas para quem quer
entrar no segmento é muito positivo. É
dar dignidade às pessoas, empregar os
excluídos, pagar salário em dia, fornecer
alimentação, transporte, uniforme. O
segmento tem uma grande importân-
cia para o País. E é exatamente isso que
a minha gestão mostrará para o Brasil,
com acessibilidade, responsabilidade
social, sustentabilidade e ética.
O PRESENTE E O FUTURO DO SETOR…
…NA VISÃO DE SEGATO, PRESIDENTE DA FEBRAC
Divulgação
1...,58,59,60,61,62,63,64,65,66,67 69,70,71,72,73,74,75,76,77,78,...84
Powered by FlippingBook