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34 INFRA

Outsourcing & Workplace

SIMPLES ASSIM

 Os altos investimentos previstos para os aeroportos brasileiros, que passaram a

ser geridos pela iniciativa privada, são fundamentais. Mas as pequenas mudanças

marcam o plano de vôo rumo ao encantamento do público. Seja por meio de

melhorias físicas ou pela gestão, a infraestrutura está no centro das transformações

AEROPORTOS | 

por Paula Caires

E

ncantar. Essa tem sido a busca das

empresas quando o assunto é rela-

cionamento com o cliente. Para tanto,

grandes investimentos, ações mirabo-

lantes e complexas estratégias? As mu-

danças realizadas emalguns aeroportos

brasileiros, que passaram a ser geridos

pela iniciativa privada, têm demonstra-

do que não. Para o público, os detalhes

nunca são meros. Encantar os clientes

requer, muitas vezes, simplicidade.

As obras são grandiosas e sem dú-

vidas trazem benefícios duradouros.

Mas como destaca o diretor de gestão

aeroportuária da Secretaria de Aviação

Civil (SAC), Paulo Henrique Possas, os

fatores mais correlacionados com a sa-

tisfação geral do público são os ligados

à gestão de infraestrutura. Desde 2013,

a SAC divulga trimestralmente uma

pesquisa qualitativa e quantitativa fei-

ta com os passageiros dos 15 maiores

aeroportos do País. São em média 15

mil questionários que avaliam 48 itens.

Segundo Possas, a sensação de prote-

ção; de segurança; de conforto térmi-

co, acústico e na sala de embarque; de

limpeza geral e nos sanitários são os

itens que mais pesam na avaliação ge-

ral. “Esse é o segredo. Ser bem avaliado

não requer, necessariamente, grandes

investimentos. Se o passageiro percebe

que a infraestrutura é bem gerida, ele

dá nota boa. Por exemplo, surpreen-

dentemente, tempo de fila e cordiali-

dade dos funcionários são os itens que

menos impactam na avaliação geral.

Isso quebra um pouco a lógica”.

O Diretor dá como exemplo o Vira-

copos Aeroportos Brasil, em Campinas/

SP, que foi arrematado por R$ 3,821

bilhões (com ágio de 159,75%), pelo

consórcio Aeroportos Brasil, compos-

to pela Triunfo Participações e Investi-

mentos (45%), pela UTC Participações

(45%) e pela francesa Egis Airport Ope-

ration (10%). Em setembro de 2012,

começou o processo de gestão com-

partilhada que foi até fevereiro de 2013,

quando os novos donos passaram a ge-

rir o aeroporto sozinhos. “Acredito que

já fazia parte da estratégia investir for-

temente na gestão, porque a obra era

muito grande”, observa Possas ao citar

a solução encontrada para o transporte

público, um ponto crítico. “Eles identi-

ficaram que a chegada dos ônibus era

muito tumultuada. Então, organiza-

ram-na. Esta mudança, relativamente

pequena, já alterou a percepção do pú-

blico e contribuiu muito para a alta na

média da satisfação geral”.

Marcelo Mota, Diretor de Operações

do Viracopos explica que eram cerca de

dez ônibus parando na frente do ter-

minal. “Tinha o cheiro de óleo diesel,

fuligem pretejando a fachada... Então,

construímos uma estação rodoviária

Fotos Divulgação