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42 INFRA

Outsourcing & Workplace

DE UM LADO A LEI E, DE OUTRO, O CONCEITO

 Câmara aprovou o texto-base que regulamenta a terceirização, porém

continuam os impasses “políticos”, que devem alterar a inicial do Projeto de Lei

TERCEIRIZAÇÃO | 

por Léa Lobo

A

Agência Câmara de Notícias di-

vulgou no dia 8 de abril a aprova-

ção do texto-base do Projeto de Lei n.

4.330/2004, que regulamenta os con-

tratos de terceirização no setor privado,

para as empresas públicas, de economia

mista, suas subsidiárias e controladas na

União, nos estados, no Distrito Federal e

nos municípios. Foram 324 votos a favor

do texto, 137 contra e duas abstenções,

aprovando a terceirização de todos os

setores de uma empresa, sem distinção

entre atividade-meio ou atividade-fim.

De acordo com o Relator do PL, De-

putado Arthur Oliveira Maia (SD-BA), o

texto seguiu “uma linha média capaz

de atender os trabalhadores, os em-

presários e a economia brasileira”, des-

tacando que muito da precarização do

trabalho terceirizado decorre da falta

de regulamentação.

Os vários destaques (pedido feito

por deputado ou líder do partido para

votar, de forma separada, emendas ou

parte do texto) foram decididos em vo-

tações separadas nos últimos dias de

abril. Depois de aprovado o texto final,

o projeto será encaminhado para apro-

vação no Senado Federal e posterior-

mente para sanção pela Presidência da

República.

Em 23/04 (data de fechamento des-

ta edição), o PL aprovado chegou ao

Senado e, infelizmente, por questões

políticas criou-se um novo impasse en-

Câmara dos

Deputados

vota PL

4330/04 em

08 de abril

de 2015

tre os presidentes da Câmara, Eduardo

Cunha e o do Senado, Renan Calheiros.

“Ter pressa na regulamentação signifi-

ca, em outras palavras, regulamentar

a atividade-fim e isso é um retrocesso.

Não podemos regulamentar, sob hipó-

tese nenhuma, a atividade-fim”, disse

o Senador. Ou seja, o choque político,

entre os interesses dos Presidentes do

Senado e da Câmara podem atrasar a

tramitação do Projeto de Lei, que dá

mais garantia aos terceirizados e libera

a contratação em todos os setores.

SURRADO POLÍTICO

IMPASSE: FIM OU MEIO?

Um bom exemplo é a Petrobras e

suas subsidiárias que juntas somam 360

mil terceirizados à espera de lei, confor-

me publicou o jornal Valor Econômico,

de 17 de abril (matéria assinada por An-

dré Ramalho e Rodrigo Polito, RJ).

Na notícia, segundo o Coordenador

da Federação Única dos Petroleiros

(FUP), José Maria Rangel, a terceiriza-

ção na Petrobras vai hoje desde áreas

de manutenção até serviços de perfu-

ração de postos. “Quando a Petrobras

afreta navios, a operação é terceirizada.

A empresa contrata a plataforma e o

serviço de perfuração. Entendemos que

é terceirização da atividade-fim”, afirma

Rangel, que defende o arquivamento

do projeto proposto pelos deputados.

Com outro entendimento, na mes-

ma notícia, Luiz Cezar Quintans, Advo-

gado Especializado no setor petrolífero,

diz que não há uma definição muito

clara sobre a atividade-fim e o que a es-

tatal terceiriza ou não. De forma geral,

segundo ele, a companhia não terceiri-

za a sua atividade-fim, pois apesar de

a Petrobras contratar equipamentos e

empresas para os trabalhos de perfura-

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