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INFRA
Outsourcing & Workplace
Observem que esses conceitos são
subjetivos. O que pode significar uma
ameaça à imagem de uma empresa
“A”, não necessariamente pode signi-
ficar uma ameaça para a empresa “B”.
O maior desafio dos profissionais de
Facilities é fazer com que a alta dire-
ção perceba o valor de um PCN.
A empresa fictícia “X” teve sua
marca abalada mundialmente por
subcontratar empresas que utiliza-
vam mão de obra escrava.
A área de Facilities é uma das gran-
des usuárias de subcontratação de
serviços. Problemas nas empresas
subcontratadas pela sua empresa
podem significativamente prejudicar
a reputação da sua marca e, quase
sempre, os investimentos necessários
para o resgate da reputação corporati-
va são enormes.
Prédio administrativo da empre-
sa “Y” sofre um tremor. Após aban-
dono do prédio pelos funcionários, a
defesa civil interdita o acesso ao lo-
cal até a emissão de laudo atestan-
do que não há risco às estruturas.
Eventos como este podem impac-
tar gravemente a operação de uma
empresa. Imagine ficar sem acesso ao
prédio e nem ao menos poder resga-
tar seu laptop para poder trabalhar
em home office.
Incêndio em prédio de um órgão
público destrói processos de co-
brança de dívida administrativa.
Muitas vezes, a gestão de registros
sensíveis é realizada pela área de Fa-
cilities. Assim, você deve se perguntar:
os registros sensíveis são armazena-
dos em instalações adequadas que
garantem a integridade dos docu-
mentos? Existem redundâncias para
o arquivamento dos documentos crí-
ticos para a empresa?
Plataforma de produção de pe-
tróleo explode deixando mais de
160 mortos. Auditoria alega que
apesar da existência de procedi-
mentos de emergência, a prática
era deficiente.
Frequentemente a responsabi-
lidade pelos planos e exercícios de
emergência, incluindo abandono de
instalações, faz parte da rotina do
profissional de Facilities. Sua empre-
sa possui procedimentos atualizados
disponíveis e realiza simulações e
exercícios regularmente?
Esses exemplos nos levam a refletir
sobre o quanto estamos preparados
para enfrentar eventos de crises. Para
ajudá-los nesse processo, seguem al-
gumas dicas para a implantação do
seu PCN.
1)
Dificilmente um PCN dura muito
tempo sem o apoio da alta direção.
Consiga esse apoio mostrando como
exemplos reais de crises e desastres
impactaram grandes corporações que
não estavam preparadas para atuar
nesses eventos.
2)
Caso você não possua na empresa
colaboradores com experiência em
avaliação de riscos e análise de im-
pacto de negócio, procure uma con-
sultoria especializada para auxiliá-lo
nesta jornada.
3)
Faça uma sessão de brainstorming
comos especialistas e pessoal de cam-
po para identificar os riscos inerentes a
cada negócio. Não exclua o pessoal de
operação. Eles conhecem o processo
melhor do que ninguém.
4)
Analise os riscos, classificando-os
conforme suas severidades. A severi-
dade de um risco é igual a sua proba-
bilidade multiplicada pelo seu impac-
to financeiro. Crie uma linha de corte
para os riscos que devem ser monito-
rados continuamente e eleja aqueles
que serão classificados como riscos
residuais.
5)
Faça uma análise de impacto de
negócio. Importante: cada líder de ne-
gócio deverá participar nesta etapa do
processo. Essa análise determina os
negócios e funções críticas da organi-
zação, assim como determina os tem-
pos críticos em um processo de geren-
ciamento de continuidade de negócio.
6)
Um bom PCN é elaborado por vá-
rias mãos. Garanta que representan-
tes das áreas de Recursos Humanos,
Segurança do Trabalho, Segurança
Patrimonial, Medicina do Trabalho,
Comunicação Corporativa, Líderes de
Produção e unidades-chave estejam
participando deste processo.
7)
Um PCN é um documento vivo. Não
esqueça de atualizá-lo periodicamente.
Lembrem-se umprocesso que hoje é crí-
tico pode não ser amanhã, e vice-versa.
8)
Crie rotinas para realizar simulações
de situações de crises. Procure testar
seu PCN regularmente, de forma a ga-
rantir sua adequação.