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Outsourcing & Workplace
O CAMINHO É O INTERIOR?
Com o tema “Soluções urbanas: In-
teriorização”, o segundo painel da tar-
de reuniu Flávio Amary, Presidente do
Secovi-SP; João Victor Araújo, Presiden-
te da BrDU Urbanismo; Marcelo Willer,
Diretor-presidente da Alphaville Urba-
nismo; e Teotônio Rezende, Diretor de
Habitação da Caixa Econômica Federal,
para discutir o crescimento das cidades,
como o mercado pode transformar mu-
danças em oportunidades e a atração
de investimentos no interior do País.
Para o Presidente do Secovi, em
estudo da entidade, mostrou-se que o
mercado imobiliário no interior é me-
nos volátil do que nas grandes capitais
e que a retração econômica é menor
nessas regiões. Raciocínio complemen-
tado por João Victor Araújo, da BrDU
Urbanismo, sediada em Goiânia. “São
poucos moradores, o que pode limitar
o volume de negócios, mas não estag-
nar. No entanto, são mercados que, em
momentos de crise como o que o Brasil
tem passado, pela força do agronegó-
cio, pela questão do câmbio e do preço
das commodities, não sentem da mes-
ma forma os impactos negativos.”
Willer defendeu o mesmo raciocí-
nio, ampliando o eixo de pensamento.
Segundo ele, há disponibilidade de
grandes áreas fora do eixo Sudeste,
como o Centro-Oeste e o Nordeste, que
passam por grande desenvolvimento e
fazem crescer o mercado de loteamen-
to. Mesmo com recessão, o impacto da
crise ocorre de forma diferenciada nas
diversas regiões do País.
O representante da Caixa disse que
a instituição espera elevar a carteira de
financiamentos em torno de 12% ain-
da este ano. Passa por isso a queda de
juros, diminuição na inadimplência e
investimentos institucionais. Claro que
esse quadro efetivamente tem íntima
relação com todos os cenários positi-
vos apontados e caminhos que o mer-
cado – e os compradores – procura.
IMÓVEL TOUCH
No terceiro painel, “Negócios na era
digital”, de Ado Fonseca, CEO do Mo-
ving Imóveis; Brian Requarth, CEO do
VivaReal; e Eduardo Schaeffer, CEO do
Zap Imóveis, três dos mais importantes
players desse nicho, debateram como
a análise e a comercialização de dados
por empresas de internet podem movi-
mentar o setor. Segundo eles, o investi-
mento na contratação de econometris-
tas e estatísticos para transformar em
conteúdo os dados gerados pelas pla-
taformas será um caminho para driblar
a crise, pois essas informações podem
ser uma nova linha de produto para o
setor. O chamado Big Data, que é o fluxo
de informações geradas, armazenadas e
analisadas a partir o tráfego de internet.
De acordo com Fonseca, é funda-
mental ir onde o cliente está e, hoje,
com todas as Tecnologias de Informa-
ção e Comunicação (TICs) à disposição,
é possível fazer isso com a ponta dos
dedos. O Moving é um aplicativo que,
além de mostrar o imóvel, seus dados,
preço, região, permite que o interessa-
do explore todo o entorno e suas in-
fraestruturas. O VivaReal também vai
pelo mesmo caminho, com duas equi-
pes de tecnologia dedicadas ao levan-
tamento de informações. O site não co-
mercializa dados, mas oferece modelos
de negócios tendo o Big Data como fun-
damento. Segundo Requarth, um ban-
co de dados correto é muito importante
sobre e para o setor imobiliário.
O Presidente do Zap Imóveis disse
que a empresa tem uma equipe de 15
pessoas exclusivamente para tocar o
departamento de inteligência batizado
de DataZap.
NOVOS RUMOS, NOVAS
POSSIBILIDADES
No quarto tema dessa parte, foram
debatidos os “Novos rumos” do setor
e apresentados cases de quem soube
identificar oportunidades dentro de
novas tendências do mercado. Nesse
painel participaram Alexandre Lafer,
Sócio-Fundador da Vitacon; Ana Aurie-
mo, Diretora Comercial de Planejamen-
to e Mídia da JHSF Shoppings; e Walter
Torre Jr., Presidente do Conselho de
Administração na WTorre S.A., e mos-
traram as possibilidades de inovação
dentro do mercado.
No tocante a novas propostas para
o setor, Lafer destacou a questão do “fi-
nanciamento coletivo” (crowdfunding,
em inglês), e lembrou uma campanha
da empresa feita pela internet que arre-
cadou R$ 1,3 milhão para um empreen-
dimento na Vila Olímpia, em São Paulo.
Segundo ele, esse valor foi pouco mais
de 5%domontante para erguer o prédio,
mas serviu para testar uma modalidade
que ele acredita. Esse tema também foi
abordado no último painel do evento.
Auriemo falou da aposta da empre-
sa em outlets pelo País, um mercado
emergente, segundo ela. A empresa,
Podemos fazer ensaios
de novas tipologias. Isso
foi aprovado em algumas
zonas corredores e vamos
testar.
Fernando de Mello Franco
, Secretário Muni-
cipal de Desenvolvimento Urbano de SP