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62 INFRA

Outsourcing & Workplace

Perroni defendeu que o Poder Públi-

co deve criar condições para que o mer-

cado tenha condições de gerar novos

tipos de empreendimento, como bairros

planejados, por exemplo, sem resistên-

cia entre prefeituras e grandes empreen-

dedores. Por fim, D’Hauteville assegurou

que o Brasil tem sua atratividade au-

mentada pela expectativa de que o pior

já passou e que a crise está perto do fim.

“Novas possibilidades estão a caminho”.

CERTEZA DE RETOMADA

No segundo painel, “Onde está o

mercado?”, André Freitas, Diretor da

Área de Fundos Imobiliários do Credit

Suisse Hedging-Griffo; Gilberto Duarte,

Presidente da Associação Brasileira das

Entidades de Crédito Imobiliário e Pou-

pança (Abecip); Marcos Lopes, Diretor-

-presidente da Lopes Consultoria de

Imóveis; e Rodrigo Luna, Sócio-diretor

da Plano & Plano e Presidente do Capítu-

lo Brasileiro da Federação Internacional

das Profissões Imobiliárias (Fiabci-Brasil)

debateram quais e onde estão as novas

vertentes e soluções para o mercado.

A certeza de retomada foi discurso

único entre os debatedores. De acordo

com Freitas o cenário para os fundos

imobiliários é promissor para um futuro

breve. “Com a tendência de juros mais

baixos, os ganhos com fundos tendem

a ser maiores. Agora é o momento de

entrada em fundos imobiliários”, vati-

cinou. Duarte acredita que as quedas

na concessão de crédito com recursos

da poupança, que vem caindo nos úl-

timos anos, deve apresentar um ponto

de equilíbrio também com a redução

dos juros, por meio da retração da taxa

Selic. Assim, é de se esperar uma com-

petição sadia entre as duas formas de

financiamento.

Lopes se disse otimista, mas realista

com o mercado, por ser um corretor de

imóveis. Segundo ele, comparado a ou-

tros países, o Brasil temmuito a avançar

(e crescer), principalmente na questão

da concessão de crédito a compradores

de imóveis. Para Luna, os juros sempre

foram – e ainda são – o grande entre-

ve do setor e isso não faz distinção de

classe, seja para uma unidade do Minha

Casa, Minha Vida a uma de alto padrão.

O segundo keynote speaker do

evento, Armínio Fraga, Sócio-fundador

da Gávea Investimentos, falou aos pre-

sentes logo após almoço. O convidado,

que já foi Presidente do Banco Central

do Brasil, comparou o mercado imobi-

liário com o de ações, pois, para ele, os

dois são muito parecidos quando apre-

sentam opções de pouca rentabilidade,

mas comboa demanda, e principalmen-

te por terem possibilidades de evolução

e perspectiva de ganho quando a eco-

nomia apresentar recuperação. “Pode

até demorar um pouco, mas o mercado

terá um alívio e se recuperará”, garantiu.

SÃO PAULO AINDA TEM JEITO

O terceiro painel do evento, já na

parte da tarde, foi dividido em quatro te-

mas. No primeiro, “Plano Diretor de São

Paulo”, foram discutidos os desafios e as

oportunidades com a legislação recen-

temente aprovada na cidade. Participa-

ram Claudio Bernardes, Presidente do

Conselho Consultivo do Secovi-SP; Fer-

nando de Mello Franco, Secretário Mu-

nicipal de Desenvolvimento Urbano de

São Paulo; Marcelo Manhães, Presidente

da Comissão de Direito Urbanístico da

OAB/SP; e Rodrigo Garcia, Secretário de

Estado da Habitação de São Paulo.

Para os convidados, as novas leis ur-

banísticas – o Plano Diretor e a Lei de

Zoneamento da cidade de São Paulo –

terão a força de abrir caminho para que

sejam feitas parcerias público-privadas,

commaior participação do mercado na

produção de moradias populares e,

mais, devem fazer com que o ano en-

cerre com mais 20 mil novos postos de

trabalho no setor. Bernardes diz que

cabe aos empresários do setor se de-

bruçar sobre todas as leis aprovadas,

conhecer bem cada uma delas e fazer

o melhor uso possível para o mercado.

Coube ao Secretário Municipal de

Desenvolvimento Urbano explicar como

o novo zoneamento funcionará em al-

gumas regiões da capital, como a aveni-

da Indianópolis, na Zona Sul. Conforme

ele, há diversas possibilidades, desde

a criação ou não de comércio nas zo-

nas corredores (ZCOR), manutenção de

áreas estritamente residenciais ou mis-

tas. “Podemos fazer ensaios de novas ti-

pologias. Isso foi aprovado em algumas

zonas corredores e vamos testar.”

Manhães explicou que “plano di-

retor” e “zoneamento” são leis com-

plementares e que cada uma tem sua

função específica. Mas, segundo ele, é

muito importante que haja uma coe-

xistência harmoniosa entre elas. Foi

Rodrigo Garcia, Secretário estadual de

Habitação, que destacou que o novo

regimento urbanístico da cidade privi-

legiará as PPPs. Segundo ele, será pos-

sível, por exemplo, erguer prédios em

cima de estações do Metrô, como Brás,

Bresser e Belém, na Zona Leste. Como

isso não está mais somente no campo

das ideias, até o fim do ano dois novos

projetos serão colocados em prática: a

PPP do Metrô e a PPP da Região Metro-

politana, que revitalizará gleba de 2,7

milhões de metros quadrados entre

Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba.