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Outsourcing & Workplace
Perroni defendeu que o Poder Públi-
co deve criar condições para que o mer-
cado tenha condições de gerar novos
tipos de empreendimento, como bairros
planejados, por exemplo, sem resistên-
cia entre prefeituras e grandes empreen-
dedores. Por fim, D’Hauteville assegurou
que o Brasil tem sua atratividade au-
mentada pela expectativa de que o pior
já passou e que a crise está perto do fim.
“Novas possibilidades estão a caminho”.
CERTEZA DE RETOMADA
No segundo painel, “Onde está o
mercado?”, André Freitas, Diretor da
Área de Fundos Imobiliários do Credit
Suisse Hedging-Griffo; Gilberto Duarte,
Presidente da Associação Brasileira das
Entidades de Crédito Imobiliário e Pou-
pança (Abecip); Marcos Lopes, Diretor-
-presidente da Lopes Consultoria de
Imóveis; e Rodrigo Luna, Sócio-diretor
da Plano & Plano e Presidente do Capítu-
lo Brasileiro da Federação Internacional
das Profissões Imobiliárias (Fiabci-Brasil)
debateram quais e onde estão as novas
vertentes e soluções para o mercado.
A certeza de retomada foi discurso
único entre os debatedores. De acordo
com Freitas o cenário para os fundos
imobiliários é promissor para um futuro
breve. “Com a tendência de juros mais
baixos, os ganhos com fundos tendem
a ser maiores. Agora é o momento de
entrada em fundos imobiliários”, vati-
cinou. Duarte acredita que as quedas
na concessão de crédito com recursos
da poupança, que vem caindo nos úl-
timos anos, deve apresentar um ponto
de equilíbrio também com a redução
dos juros, por meio da retração da taxa
Selic. Assim, é de se esperar uma com-
petição sadia entre as duas formas de
financiamento.
Lopes se disse otimista, mas realista
com o mercado, por ser um corretor de
imóveis. Segundo ele, comparado a ou-
tros países, o Brasil temmuito a avançar
(e crescer), principalmente na questão
da concessão de crédito a compradores
de imóveis. Para Luna, os juros sempre
foram – e ainda são – o grande entre-
ve do setor e isso não faz distinção de
classe, seja para uma unidade do Minha
Casa, Minha Vida a uma de alto padrão.
O segundo keynote speaker do
evento, Armínio Fraga, Sócio-fundador
da Gávea Investimentos, falou aos pre-
sentes logo após almoço. O convidado,
que já foi Presidente do Banco Central
do Brasil, comparou o mercado imobi-
liário com o de ações, pois, para ele, os
dois são muito parecidos quando apre-
sentam opções de pouca rentabilidade,
mas comboa demanda, e principalmen-
te por terem possibilidades de evolução
e perspectiva de ganho quando a eco-
nomia apresentar recuperação. “Pode
até demorar um pouco, mas o mercado
terá um alívio e se recuperará”, garantiu.
SÃO PAULO AINDA TEM JEITO
O terceiro painel do evento, já na
parte da tarde, foi dividido em quatro te-
mas. No primeiro, “Plano Diretor de São
Paulo”, foram discutidos os desafios e as
oportunidades com a legislação recen-
temente aprovada na cidade. Participa-
ram Claudio Bernardes, Presidente do
Conselho Consultivo do Secovi-SP; Fer-
nando de Mello Franco, Secretário Mu-
nicipal de Desenvolvimento Urbano de
São Paulo; Marcelo Manhães, Presidente
da Comissão de Direito Urbanístico da
OAB/SP; e Rodrigo Garcia, Secretário de
Estado da Habitação de São Paulo.
Para os convidados, as novas leis ur-
banísticas – o Plano Diretor e a Lei de
Zoneamento da cidade de São Paulo –
terão a força de abrir caminho para que
sejam feitas parcerias público-privadas,
commaior participação do mercado na
produção de moradias populares e,
mais, devem fazer com que o ano en-
cerre com mais 20 mil novos postos de
trabalho no setor. Bernardes diz que
cabe aos empresários do setor se de-
bruçar sobre todas as leis aprovadas,
conhecer bem cada uma delas e fazer
o melhor uso possível para o mercado.
Coube ao Secretário Municipal de
Desenvolvimento Urbano explicar como
o novo zoneamento funcionará em al-
gumas regiões da capital, como a aveni-
da Indianópolis, na Zona Sul. Conforme
ele, há diversas possibilidades, desde
a criação ou não de comércio nas zo-
nas corredores (ZCOR), manutenção de
áreas estritamente residenciais ou mis-
tas. “Podemos fazer ensaios de novas ti-
pologias. Isso foi aprovado em algumas
zonas corredores e vamos testar.”
Manhães explicou que “plano di-
retor” e “zoneamento” são leis com-
plementares e que cada uma tem sua
função específica. Mas, segundo ele, é
muito importante que haja uma coe-
xistência harmoniosa entre elas. Foi
Rodrigo Garcia, Secretário estadual de
Habitação, que destacou que o novo
regimento urbanístico da cidade privi-
legiará as PPPs. Segundo ele, será pos-
sível, por exemplo, erguer prédios em
cima de estações do Metrô, como Brás,
Bresser e Belém, na Zona Leste. Como
isso não está mais somente no campo
das ideias, até o fim do ano dois novos
projetos serão colocados em prática: a
PPP do Metrô e a PPP da Região Metro-
politana, que revitalizará gleba de 2,7
milhões de metros quadrados entre
Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba.