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INFRA

Outsourcing & Workplace

de decisão, está a falsa e perigosa per-

cepção de que o tempo é o maior ini-

migo na busca pelas decisões efetivas.

Embora seja, inquestionavelmente,

uma variável que exerce forte influên-

cia nas decisões, a história mostra

que o tempo assume papel secundá-

rio quando comparado às questões

como valores, percepções e ética.

Ao contrário do que muitos pen-

sam, a capacidade de tomar decisões

efetivas é uma competência que pode

ser desenvolvida e aprimorada por

meio de conhecimentos específicos,

metodologia estruturada e atitude.

A figura abaixo apresenta uma ferra-

menta que pode melhorar de forma

rápida e sistêmica a qualidade das

decisões, na medida em que leva-nos

a “acertar o alvo”, atendendo simulta-

neamente a três critérios fundamen-

tais de ética e sustentabilidade das

decisões: utilidade, direitos e justiça.

Na ausência de respostas positivas

para os três questionamentos acima,

o decisor deve buscar novas infor-

mações e, se necessário, reavaliar as

alternativas para a solução, sob pena

de colocar em risco a sustentabilida-

de da decisão e, consequentemente,

a reputação e imagem da organiza-

ção que representa.

Na prática, decidir não é tarefa sim-

ples e o conjunto de sensações que ex-

perimentamos diariamente diante das

mais diversas decisões pode ser um

indicativo da necessidade de investir

no desenvolvimento dessa competên-

cia. A partir de estudos sobre a “Teoria

do flow” – desenvolvida pelo notável

psicólogo e professor Mihaly Csiks-

zentmihalyi –, cujo resultado pode ser

consolidado no quadro acima, pode-

mos concluir que, de forma consciente

ou inconsciente, tais sensações resul-

tam da nossa percepção em relação à

magnitude do desafio versus o nosso

nível de habilidade para enfrentá-los.

Em síntese, quando enfrentamos si-

tuações desafiadoras com alto nível de

habilidade, as decisões são tomadas

em estados de alerta, flow ou controle,

agregando valor ao negócio e significa-

do àquilo que fazemos. Em contraparti-

da, as decisões que representam baixo

nível de desafio são tomadas em esta-

dos de relaxamento, tédio ou apatia,

agregando pouco valor e significado ao

trabalho. Por sua vez, decisões desafia-

doras, quando enfrentadas semas habi-

lidades e condições adequadas, levam

ao estresse e à ansiedade, o que explica

o vertiginoso crescimento dos casos de

depressão, insônia e patologias psicoló-

gicas emparcela significativa dos execu-

tivos brasileiros nos últimos meses.

Por tudo isso, desenvolver habi-

lidades para tomar decisões efetivas

e conviver de forma assertiva e resi-

liente com os resultados das escolhas

torna-se fator decisivo para aqueles

que buscam, de fato, alcançar o su-

cesso e a felicidade em um ambiente

de desafios crescentes, caracterizado

pelo dinamismo, alta complexidade,

inovação e competitividade em busca

da sobrevivência.

Adaptação da Teoria

do Flow – Mihaly

Csikszentmihalyi.

CRITÉRIOS DE ÉTICA E

SUSTENTABILIDADE NAS DECISÕES

Critério da utilidade

Foco nos resultados

Preciso ou quero?

Por que?

Critério da justiça

Foco no equilíbrio

de interesses

Devo?

Critério dos direitos

Foco na legalidade

Posso?

Ansiedade

Estresse

Alerta

Alto

Alto

Baixo

Relaxamento

Controle

Tédio

Apatia

Flow

(Êxtase)

Nível de Habilidade

Nível de desafio