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86 INFRA

Outsourcing & Workplace

REAL ESTATE

AS CONTURBAÇÕES NO REAL

ESTATE DIANTE DA CONJUNTURA

ECONÔMICA EM 2016

N

a primeira reunião anual do Comi-

tê de Mercado do Núcleo de Real

Estate da Escola Politécnica (NRE) te-

mos adotado como pauta o desempe-

nho macroeconômico projetado e seus

impactos no ambiente do Real Estate.

Debatemos sobre impactos que a

adoção de diferentes alternativas de

ajuste pode provocar no Real Estate,

seja pelas relações diretas de influên-

cia econômica ou pelo ambiente po-

lítico resultante dessas alternativas,

mais favoráveis à retomada da con-

fiança e do investimento.

A EVOLUÇÃO DA DÍVIDA

EM TRÊS CENÁRIOS

As projeções do Santander indi-

cam que, sem ajuste fiscal agressivo,

a trajetória da dívida pública bruta

poderá alcançar, ao final de 2018, o

patamar de 88% do PIB.

A leitura que o mercado vem fa-

zendo dessa trajetória da dívida é que

resultará na insustentabilidade da

solvência estatal no longo prazo.

Foram apresentadas e discutidas

três estratégias distintas como alter-

nativas para formulação de políticas

de governo para lidar com a evolução

da dívida bruta.

i.

A primeira hipótese se apoiaria

em um ajuste fiscal focado priorita-

riamente no longo prazo, considera-

da como a proposição virtuosa, en-

volvendo a redução do gasto público

com foco na contramão da estrutura

do Estado e principalmente a refor-

ma da previdência, combinados com

eventual aumento pontual de impos-

tos e contenção dos gastos com pro-

gramas sociais.

ii.

Uma segunda hipótese estaria

voltada para buscar o reequilíbrio

das contas públicas e, portanto, da

inversão da curva de crescimento da

dívida, por meio da aceitação e do

convívio da economia com índices

mais elevados de inflação, chamada

de hipótese disruptiva.

iii.

A terceira hipótese de endere-

çamento do problema de evolução

da dívida é a de manter uma gestão

passiva diante do problema, que não

reverte a curva de crescimento, mas

antes tende a intensificá-la, porque se

mantém o ambiente político e econô-

mico vigente, marcado por uma gran-

de aversão ao risco, que resulta em

compressão da atividade econômica

e redução da geração da receita para

o setor público via impostos.

A opinião prevalente no Comitê

é que esta é a única hipótese que a

atual administração federal é capaz

de perseguir, tendo em vista o nível

de deterioração política e desarranjo

organizacional a que se submeteu.

Núcleo de Real Estate

da Escola Politécnica

da Universidade de São

Paulo – Departamento

de Engenharia de

Construção Civil