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ALGUNS SINAIS PRESENTES

NO AMBIENTE

O desequilíbrio das contas públi-

cas aliado aos reajustes de preços

administrados no ano passado origi-

nou, além de uma espiral inflacioná-

ria que obrigou o governo aumentar

os juros e induzir uma recessão (re-

tração de 3,8% do PIB em 2015), uma

instabilidade percebida pelos inves-

tidores internacionais que reposicio-

nou a taxa de câmbio para o patamar

de R$ 4 por dólar.

No começo do corrente ano já se

verificaram alguns tímidos sinais de

resultados das ações adotadas com

o intuito de reversão da tendência de

crescimento da inflação e dar algum

alento à atividade econômica. A infla-

ção de fevereiro foi inferior à de janei-

ro. A retração nas vendas do varejo já

apresenta indícios de estabilização.

As exportações se dinamizaram com

o câmbio favorável, não somente no

setor agrícola, mas também no de

manufaturados.

Constata-se uma aceleração na

contração de crédito, inclusive imobi-

liário, e a consequente redução do es-

toque de crédito em giro na economia.

Percebe-se também um ligeiro in-

cremento na inadimplência de pes-

soas físicas e jurídicas.

Na mesma linha de piora das con-

dições do ambiente econômico, a taxa

de desemprego vem crescendo dois

pontos percentuais por ano, aproxi-

mando-se velozmente dos 10%.

Essa contratação do produto de-

verá provocar a redução na taxa de in-

flação do atual patamar de 10% para

algo como 7% a 8%, já em 2016, o que

permitiria algum alívio na política

monetária com redução dos juros ao

final do ano e repercussões positivas

na atividade econômica em 2017.

PROJEÇÃO DE JUROS E INFLAÇÃO

A curva de juros futuros desenha-

da pelo mercado configura, no pre-

sente, uma taxa de juros nominal de

16% ao ano.

A manutenção das expectativas do

mercado em relação à dinâmica da dí-

vida pública continuará a esvair a prin-

cipal fonte de funding para o setor de

Real Estate residencial, a caderneta de

poupança, tendo em vista a sua baixís-

sima competitividade de remuneração

frente outras opções no mercado.

De todo modo, comentamos que

ainda permanece o interesse dos ban-

cos em manter suas operações de

crédito imobiliário, devido fundamen-

talmente à sua segurança e ao cross-

-selling delas derivado.

Evidencia-se a robustez para o banco

da operação de crédito imobiliário des-

tinada ao comprador de imóveis o fato

de que não obstante a inadimplência

das pessoas físicas ter crescido ao longo

de 2015, alcançando 4,3% em janeiro de

2016. A inadimplência no setor de crédi-

to imobiliário não sofreu alterações sig-

nificativas, mantendo-se no patamar de

2% a 2,2%, nesse mesmo período.

A despeito dessas características

do tomador e do crédito imobiliário, a

situação atual da economia não favo-

rece a expansão da demanda devido

à falta de confiança disseminada nos

consumidores.

Por outro lado, tendo emvista as pro-

moções e os descontos oferecidos na co-

mercialização dos estoques pelas incor-

poradoras, o encarecimento do crédito

como forte barreira às vendas tem sido

amenizado emalgumas negociações.