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24 INFRA

Outsourcing & Workplace

ANATOMIA DE FACILITIES

NO MERCADO DE SAÚDE

 O que é possível fazer

para que as empresas

terceiras deixem de ser

vistas como um corpo

estranho e, sim, como

parceiras estratégicas

N

unca o setor de facilities teve tama-

nha visibilidade no Brasil. Conjunto

de atividades de suporte que sustentam

o core business, fornecendo melhores

condições para que uma organização

possa atrair e manter talentos, ganhar

maior eficiência operacional e lucrativi-

dade, o FM pode ser ainda mais estra-

tégico quando se fala em ambientes de

saúde. Afinal, além de todas essas variá-

veis, a moeda de maior valor é a preser-

vação da vida e o bem-estar das pessoas.

A gama de instalações com este

perfil é considerável no território brasi-

leiro. Segundo o Cadastro Nacional de

Estabelecimentos de Saúde (CNES), o

País conta hoje com aproximadamente

294 mil empreendimentos que juntos

têm um total de 439 mil leitos clínicos

e cirúrgicos, sem contar os laboratórios

especializados, clínicas e consultórios

que podem se beneficiar de serviços de

facilities voltados às suas necessidades.

Para esse público, é possível oferecer

a gestão de manutenção predial, limpe-

za hospitalar, limpeza predial, recepção,

segurança, informática, lavanderia, ali-

mentação, estacionamento, entre ou-

tros serviços que impactam, direta ou

indiretamente, o negócio principal.

Veja, por exemplo, o sistema de

acreditação – auditoria realizada nos

hospitais para investigar e atestar que

os mesmos atendem aos critérios de

segurança do paciente, demonstran-

do excelência na operação. Os siste-

mas mais rigorosos (internacionais)

chegam a avaliar mais de mil requisi-

tos em diversas categorias, como a de

prevenção e controle de infecções que

tem grande aderência aos serviços de

limpeza especializada e destinação

correta de lixo comum e contaminante.

GARGALOS ENTRE TOMADORES

E PRESTADORES

Mas por que, então, esse poten-

cial não tem sido aproveitado? Uma

primeira hipótese apontada por espe-

cialistas é de que as empresas tercei-

ras precisam participar mais das reu-

niões de planejamento estratégico, a

fim de direcionar as tarefas operacio-

nais na direção da estratégia da orga-

nização. É preciso cuidar em detalhes

de cada atividade, mas também ter

uma visão sistêmica.

Para outros, falta inovação, equipes

qualificadas e foco no cliente – que não

é apenas o paciente, mas também os

acompanhantes, o corpo clínico, a go-

vernança e os próprios terceiros.

Se há problemas no setor priva-

do, quem dirá nos hospitais públicos.

O que se vê são instituições de saúde

(hospitais, clínicas, postos de saúde

etc.) muito mal ou pouco conservadas,

deixando inclusive de atender às nor-

mas técnicas e resoluções da Anvisa. Há

uma série de razões que podem expli-

car esse hiato entre as oportunidades e

a efetiva contribuição de facilities para

melhoria desse segmento. São elas:

• As atividades não assistenciais não são

o core da saúde (e nem devem ser).

• As atividades não assistenciais soma-

das não costumam ser superiores a

15% dos custos operacionais de uma

instituição de saúde.

• A fiscalização sobre os itens pertinentes

à infraestrutura é praticamente inexis-

tente ou faz-se “vistas grossas” sobre as

irregularidades. Afinal, quem tem cora-

gem de interditar um hospital, em um

País com tanta carência assistencial?

• O administrador hospitalar não en-

xerga as atividades não assistenciais

como um potencial de ganho econô-

mico para sua unidade.

• O administrador hospitalar não tem

percepção a respeito das perdas e

dos riscos que uma infraestrutura mal

conservada pode causar às ativida-

des assistenciais como, por exemplo,

riscos de curtos-circuitos, infiltrações,

FACILITY MANAGEMENT NA SAÚDE

 | 

por Daniel Figueiredo*

Divulgação

Daniel Figueiredo,

Diretor na Lunak

Consult