má qualidade do ar, má qualidade da
água, pragas urbanas, armazenagens
de medicamentos em temperaturas e
locais inadequados, baixa disponibili-
dade de equipamentos e de ambien-
tes clínicos, alto índice de infecção,
falta de conforto aos pacientes, acom-
panhantes e funcionários etc.
• Profissionais responsáveis pela in-
fraestrutura despreparados para o
cumprimento da função e/ou equipes
subdimensionadas.
• A cultura do administrador hospitalar
que não enxerga a terceirização des-
sas atividades com bons olhos. Tem-
-se uma sensação de “perda de poder,
perda de controle” quando se tercei-
riza. E quando terceirizam, muitas ve-
zes, buscam apenas os menores pre-
ços, sem maiores critérios técnicos.
• Os caminhos da terceirização dos ser-
viços não assistenciais para o setor
público (que tem um índice de tercei-
rização bem superior ao do setor pri-
vado) enfrentam barreiras inerentes
ao próprio processo de contratação,
muitas vezes “engessado” ou mesmo
considerados como uma outra “con-
tratação qualquer”. Também enfren-
tam muitas dificuldades, no seu dia a
dia, para aquisição de equipamentos
e serviços devido à burocracia e à falta
de flexibilidade do processo.
• Desperdício de espaços clínicos,
quando utilizados para atividades que
poderiam ser executadas de maneira
remota/centralizada (esterilização, la-
vanderia, cozinha, oficinas etc.).
• Inexistência ou má utilização de tec-
nologia para maior agilidade e preci-
são nas atividades assistenciais.
Esses são argumentos que podem
ser utilizados pelos especialistas da
área de infraestrutura (prestadores de
serviços) para o convencimento dos
profissionais que hoje administram a
saúde brasileira, seja ela pública ou pri-
vada. Somado a isso, é necessária uma
mudança. Significa deixar de lado o dis-
curso técnico e de preço, para atuar em
parceria com o cliente, demonstrando
os riscos operacionais e de imagem
que podem decorrer de uma má qua-
lidade nos serviços de facilities. Além,
naturalmente, dos potenciais ganhos
de receita. E não se aplica somente ao
segmento de saúde, mas a todos os ti-
pos de negócios.
Este é um tema que, na verdade, en-
volve muito mais a conscientização das
empresas de facilities. Tenho convicção
de que, se nossa maneira de abordar
este segmento não mudar, continuare-
mos tendo um resultado pífio quando
comparado ao enorme potencial de
negócios que a saúde apresenta. Con-
tinuaremos nos digladiando por preço,
conquistando contratos com pouquíssi-
ma chance de sucesso e nenhuma pere-
nidade. Nosso negócio continuará a ser
considerado marginal, de pouca impor-
tância, um “mal necessário” e que “qual-
quer um consegue fazer” – estagnando
tambémo segmento de saúde, que pode
e deve se beneficiar da especialidade de
atuação do facility management.
*
Daniel Figueiredo
é Engenheiro Eletrônico,
e pós-graduado em Transmissão de Dados
pelo Instituto Politécnico de Turim, na Itália e
Propaganda & Marketing pela ESPM/SP. Possui
experiência de gestão comercial em negócios
B2B nos setores de prestação de serviços
de facilities/infraestrutura, e de automação
industrial e predial na indústria em empresas
multinacionais. É consultor especializado
na área de facilities/infraestrutura, com foco
em projetos de Parceria Público-Privada -
PPP (saúde, educação, iluminação pública,
saneamento, etc.) e na reestruturação
de empresas de facilities/infraestrutura
(dfigueiredo@lunakconsult.com.br).