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Outsourcing & Workplace
cobertura da edificação, totalizando
uma área de 370 m² de painéis foto-
voltaicos, sendo essa até o momento
a maior instalação junto a Copel, con-
forme registro de micro e mini geração
da Aneel. Cansian explica que o siste-
ma vai funcionar da seguinte maneira:
os painéis vão captar a radiação solar e
transformar em energia que vai abaste-
cer a edificação. Quando o prédio não
estiver sendo utilizado ou tiver consu-
mo mais baixo, seja em feriados ou fi-
nais de semana, a energia produzida
será injetada na rede elétrica da Copel
gerando créditos ao Senac, que serão
abatidos na fatura mensal. “Estimamos
que o retorno sobre investimento de
todo o sistema se dará em aproximada-
mente 7,5 anos”, revela.
O Diretor explica que essa econo-
mia se dará não apenas pela geração
de energia, mas também pelo uso in-
teligente da iluminação, que dispõe
de 2,5 mil lâmpadas de LED com foto-
células instaladas na área externa (em
fachadas, postes e balizadores exter-
nos) e nas próprias salas de aula, que
ainda contam com sensores de ilumi-
nação que desligam automaticamente
após um período programado ou são
acionadas quando identificado algum
usuário nas instalações do prédio.
“Omaior desafio de umprojeto como
esse é fazer o cliente acreditar que o es-
tudo da eficiência energética pode re-
duzir no curto e médio prazo o valor da
obra por meio do uso de equipamentos
mais eficientes e também da diminuição
do coeficiente de majoração considera-
do em projetos, seja de iluminação ou ar
condicionado. Depois de passada essa
fase inicial, o cliente vira o maior incenti-
vador de implantação dessas soluções”,
revela o Diretor da RAC.
O Gerente de Projetos da Petinelli
Consultoria, empresa que liderou os
trabalhos de consultoria ambiental do
empreendimento para a certificação,
André Belloni, ressalta ainda que as sa-
las de aula foram projetadas de modo
que sempre haja a possibilidade do
uso da ventilação natural, promovendo
conforto térmico no maior número de
horas durante o ano e diminuindo a ne-
cessidade de uso do ar condicionado.
Cansian lembra ainda que, para se
habilitar à certificação LEED Platinum, a
compra de materiais e a gestão do can-
teiro de obras são fundamentais, e para
isso foram criadas equipes multidiscipli-
nares de monitoramento e elaboração
de relatórios mensais de controle. Para
os materiais, foram priorizados os com
baixa emissão de poluentes, como verni-
zes e colas, e utilizadas apenas madeiras
com certificados ambiental e de manejo.
Outro fator importante na hora do
planejamento é levar em conta a locali-
zação do empreendimento. “Dependen-
do da região em que o empreendimen-
to se encontra, pode se ter uma oferta
melhor do recurso natural pretendido,
como a energia eólica no Nordeste do
País, por exemplo. Em relação à produ-
ção por meio de energia solar, já derru-
bamos o mito que no Sul e Sudeste isso
é inviável. Por incrível que pareça, a di-
ferença em locais do Sul em relação ao
Nordeste é de apenas 15% de eficiência
na geração”, explica o Diretor da RAC.
O empresário defende que é pos-
sível implementar empreendimentos
ambientalmente corretos, sem onerar
o custo da construção. “Você até pode
aceitar comprar produtos de valor mais
elevado desde que a tecnologia ofereci-
da gere economia do outro lado. É pos-
sível fazer essa conta e chegar próximo
de zero trabalhando commateriais mais
eficientes e já concebendo o prédio para
ser sustentável. Em outras palavras, bas-
ta planejamento e disposição”, opina.
Para André Belloni, o segmento de
construção sustentável tem evoluído,
mas nãobasta apenas reduzir o consumo.
“O futuro é pensar em prédios autossufi-
cientes, com zero consumo em energia
e água. Não basta racionalizar, é preciso
buscar soluções para que os edifícios não
gerem impactos ambientais”, opina.
Tecnologia em
vidro bloqueia
39% do calor
originado pelos
raios solares,
garantindo
maior conforto
térmico aos
visitantes do
Museu do
Amanhã no RJ
Divulgação
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA