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INFRA

Outsourcing & Workplace

 A venda é operada pela Caixa Econômica

Federal, por meio de licitação, nas

modalidades concorrência ou leilão.

Após a realização do certame, os

imóveis que não forem arrematados são

disponibilizados para venda direta, pelo

tempo estabelecido no edital 

lico, como explica o Professor Doutor

do Departamento de Gestão Pública da

Fundação Getúlio Vargas (FGV), Gusta-

vo Andrey Fernandes.

Em um momento de crise, a medida

também soa como emergencial e, como

tal, tem suas consequências, como

aponta o professor. “Esses imóveis es-

tão sendo vendidos em um momento

muito ruim do mercado imobiliário, o

que acontece justamente por se tratar

de uma medida emergencial, sem uma

visão a médio e longo prazos. Além dis-

so, nem sempre a venda é interessan-

te. Um outro ente federativo ou órgão

de outro poder poderia precisar de um

imóvel, por exemplo, prefeituras que

procuram desesperadamente uma área

para construção de creche”, aponta ele.

Por isso, para Fernandes, é necessá-

ria uma gestão integrada de patrimônio,

com comunicação ativa entre os entes

federativos e entre os poderes, e um pla-

nejamento a médio e longo prazos. “No

Reino Unido o patrimônio é da Coroa e

as pessoas têm um contrato de conces-

são de 99 anos. Ou seja, a Coroa sabe

exatamente o que teme o que pode fazer

com cada bem”, exemplifica o Professor.

Mas se há males que vem para bem,

esse é um exemplo, pois a revisão dos

imóveis da União é um passo impor-

tante para um processo de profissio-

nalização, que tende realmente a ser

lento, afinal, a máquina é grande e está

em plena atividade. No Reino Unido le-

vou de 200 a 250 anos. “Para se ter uma

ideia, o primeiro concurso público rea-

lizado na Inglaterra foi em 1854”, ilustra

Fernandes.

Além da venda de alguns imóveis,

o plano inclui uma ampla revisão dos

contratos de locação. A ordem é que

todos os órgãos da administração pú-

blica reavaliem seus contratos de alu-

guel, buscando acomodação em um

imóvel público e, caso a locação seja

inevitável, renegociando os valores ou

buscando imóveis mais baratos.

Atualmente, há 325 mil m

2

de área

ocupada, em prédios alugados, no Dis-

trito Federal. O valor médio mensal de

locação é de R$ 62,77 o m

2

, segundo da-

dos de 2015. O objetivo inicial é reduzir

em 20% o gasto com aluguel, em aten-

dimento ao Decreto n. 8.540, de 2015, e,

numa segunda fase, superar essa meta.

Segundo o planejamento, a econo-

mia obtida com os aluguéis e a venda

dos imóveis terá impacto no médio e no

longo prazos, especialmente porque os

contratos em vigência serão respeitados.

A revisão dos espaços também

inclui um trabalho de workplace, ou

seja, de otimização da área interna. O

projeto piloto será a reforma do Bloco