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INFRA
Outsourcing & Workplace
É um contrato de performance, certo?
Sim. Por isso nossa segunda responsabili-
dademais relevante é assegurar a entrega
dos serviços contratados de acordo com
os níveis estabelecidos. Como também é
comum em outras empresas, a Hewlett
Packard Enterprise temestruturas globais
encarregadas pela implementação de
transações imobiliárias, projetos e cons-
truções. Ainda que não tenhamos respon-
sabilidade direta pela execução desses
serviços, minha equipe e eu somos os
responsáveis finais, já que respondemos
junto aos clientes internos com relação a
todos os assuntos que dizem respeito a
Real Estate em nossa sub-região.
Como é formada a equipe?
Minha equipe é formada por sete profis-
sionais que são responsáveis por territó-
rios que compreendem um ou mais paí-
ses, dependendo do tamanho da carteira
de imóveis. Além disso, tenho o apoio
decisivo de umgerente de operações bas-
tante experiente, que acompanha todas
as rotinas e projetos, e que aconselha e
suporta a equipe para enfrentar novos
desafios. Como disse, temos com nosso
único fornecedor global de facilities ma-
nagement um contrato de performance,
de forma que não temos controle do nú-
mero de terceiros envolvidos, mas estimo
que sejamdemil a 1.200, compreendendo
gestão, serviços de escritório, manuten-
ção predial, limpeza, restaurante etc.
Quais características do seu perfil
têm feito a diferença nessa posição?
Uma característica pessoal – comum
a muitos arquitetos – é o gosto por co-
nhecer de tudo um pouco. Muitas vezes,
posso não dominar um assunto, mas sei
do que se trata em linhas gerais e, se for
preciso, sei como e a quemconsultar para
obter ajuda. Outro ponto que me ajuda
muito é o fato de ter trabalhado tanto
do lado do tomador como do prestador
de serviços. Isso não só me obriga a ter
uma atitude profissional e respeitosa em
qualquer lado damesa, mas tambémme
permite compreender melhor a flexibili-
dade e as dificuldades que cada uma das
partes temdecorrentes de seus contextos
empresariais. Finalmente, desenvolver
habilidades para transitar em ambientes
culturais distintos é absolutamente indis-
pensável para atuar internacionalmente.
Vai além do conhecimento de idiomas
e passa pelo interesse, entendimento e
respeito por outras culturas.
Como é o seu dia a dia? Você deve
viajar bastante para conseguir
“abraçar” um portfólio imobiliário
e de serviços tão robusto, não?
Nem tanto. Em média viajo de 15% a
20% do meu tempo de trabalho, prin-
cipalmente para estabelecer e manter
contatos mais frequentes com clientes
internos, acompanhar o progresso de
projetos e a eficácia das operações, e
participar de reuniões de planejamento
estratégico. A verdade é que através da
ferramenta de comunicação e colabora-
ção que empregamos na Hewlett Pac-
kard Enterprise, o Skype for Business,
eu, minha equipe e o time estendido
que compreende profissionais de tran-
sações e projetos, bem como fornece-
dores e clientes internos, estamos todos
em um único escritório virtual. Ainda
que de forma remota, trabalhamos de
maneira muito colaborativa e nos re-
unimos várias vezes por semana, seja
para revisões de operações e projetos
de cada território, seja para reuniões
de planejamento e acompanhamento.
Um ponto desafiador no dia a dia são
os fusos horários, não só porque du-
rante o verão fico deslocado seis horas
da Califórnia, quatro horas do México e
da Costa Rica, e três horas de Toronto,
mas também porque as mudanças ao
longo do ano requerem uma coordena-
ção bem complicada.
É um erro considerar que a geogra-
fia é o que mais afeta as operações
de Corporate Real Estate e Facili-
ties? Quais seriam os pontos que
mais interferem nesse contexto?
OBrasil hoje passa por dificuldadesmuito
intensas que, evidentemente, interferem
de forma significativa tanto nas empresas
nacionais como nas multinacionais que
operam no País. Contudo e, especifica-
mente no que se refere às multinacionais,
a dinâmica interna de cada corporação
e as questões mais abrangentes da eco-
nomia global têm mais influência nas
operações de Real Estate e Facilities. A
Hewlett Packard Enterprise, por exemplo,
está buscando focalizar seus negócios na
infraestrutura de TI e, nesse sentido, está
promovendo a cisão das áreas de serviços
e de software. Muitas outras empresas
multinacionais estão também promo-
vendo cisões comomesmo objetivo, en-
quanto outras estão promovendo fusões
como objetivo oposto (tornarem-semais
abrangentes) ou ampliando sua base de
negócios. Essas transformações têmcon-
sequências gigantescas no âmbito de
Real Estate e de Facilities de todas essas
empresas que normalmente são muito
mais relevantes do que ações oriundas
do contexto local da empresa.