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19

INFRA

Outsourcing & Workplace

tegrado de forma ótima à arquitetura do

prédio. Hoje em dia não é mais assim.

Na medida em que aumenta a comple-

xidade do trabalho e a necessidade de

colaboração entre os funcionários, o

“posto de trabalho” deixou de ser a pa-

naceia que atende a todas as demandas.

Honestamente, com um notebook, um

headset, uma rede wi-fi e uma cadeira

ergonômica, qualquer cantinho em casa

pode se transformar em um home office

tão completo como a maioria dos postos

de trabalho que ainda predominam na

maior parte das empresas.

Quais são então os pontos cruciais

a serem observados de olho em um

workplace adequado à atração e

manutenção dos talentos, e ali-

nhado à cultura organizacional?

O escritório precisa oferecer uma mul-

tiplicidade de espaços para trabalhar

de acordo com os diferentes requisitos

da maioria dos funcionários. Boa parte

desses requisitos decorre da necessidade

de trabalhar de forma mais colaborati-

va, buscando oferecer um ambiente que

possibilite às equipes endereçar tarefas

mais complexas em menos tempo. Na

medida em que os funcionários traba-

lham mais em espaços colaborativos

dentro do escritório, em suas casas ou

em ambientes “terciários”, como hotéis,

aeroportos e cafés, postos de trabalho

primários ficam vagos e podem – e de-

vem – ser compartilhados.

Quais são os fatores são

levados em conta?

A quantidade de espaço que um escri-

tório precisa ter de forma que possa

contribuir efetivamente como indutor

de negócios – e, dessa forma, funcione

também como ferramenta de atrair e

manter talentos – depende primariamen-

te de dois fatores: a natureza do trabalho

desempenhado e a política da empresa

com relação à flexibilidade do local do

trabalho. O tipo de trabalho vai ajudar a

determinar a proporção adequada entre

postos de trabalho primários e outros

espaços, incluindo áreas colaborativas.

Da mesma forma que não faz sentido

designar postos de trabalho dedicados

para profissionais de vendas que pas-

sam boa parte de seu tempo em visitas

a clientes, também não faz sentido pro-

porcionar uma variedade de espaços

de colaboração para funcionários que

trabalhampredominantemente sozinhos

ou remotamente.

Flexibilidade também é importante?

A flexibilidade para trabalhar no escritó-

rio, em casa ou em “qualquer lugar” tam-

bémémuito relevante. A Hewlett Packard

Enterprise, por exemplo, encoraja seus

funcionários a trabalhar todo dia no es-

critório porque entende que isso favore-

ce a comunicação direta e espontânea.

Outras empresas, muitas delas também

do ramo de tecnologia, dão mais ênfase

aos benefícios da flexibilidade, incluindo

aumentar a atratividade adaptando-se às

necessidades individuais dos funcioná-

rios, reduzir tempo gasto com desloca-

mentos e emissões de CO

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decorrentes

de transporte e, principalmente, reduzir

custos imobiliários.

Em resumo, a quantidade de funcioná-

rios definitivamente não mais determina

quanto espaço uma empresa precisa. O

tipo de trabalho e a política de flexibilida-

de também têmde ser levadas em conta.

O que é indispensável, em absolutamen-

te todos os casos, é o monitoramento

constante e a adaptação frequente do

espaço à demanda. Espaço vazio é um

custo que pode e deve ser evitado.

Para fecharmos, em sua opinião,

os profissionais de CRE ocupam a

posição estratégica que deveriam/

poderiam nas companhias?

A posição de CRE dentro de uma organiza-

ção depende da relevância que o espaço

construído tempara os negócios. Quando

imóveis são parte integrante do principal

negócio da empresa (por exemplo: hotéis,

redes de varejo, empresas de logística)

minha expectativa é de que a liderança

de CRE reporte-se diretamente ao CEO.

Nas outras empresas, acho que é correto

que ela responda a uma área abaixo do

CEO. Em muitas empresas não é assim,

porque a liderança de CRE não assume o

papel estratégico que poderia e deveria

ter. De forma bastante recorrente esses

profissionais lamentam não ter a verba

que precisam e reclamam que suas ne-

cessidades não são compreendidas pela

alta direção. Isso não faz omenor sentido.

Por quê?

Empresas objetivam lucro. Lucro é resul-

tado de receita menos despesa. A contri-

buição daqueles segmentos da empresa

que estão do lado da despesa, como os

profissionais de CRE, é de diminuí-las con-

tinuamente. Eles passam a ocupar uma

posiçãoestratégicaquandoestãosintoniza-

dos coma estratégiada empresa. Quando

atuamdemaneiraproativapara reduzir os

riscosoperacionaispelosquais são respon-

sáveis e quando conseguem demonstrar

os benefícios tangíveis para o negócio dos

investimentos que fazem.