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INFRA
Outsourcing & Workplace
utilidades, serviços administrativos,
entre outros.
Responsabilidades do público (poder
concedente):
• Serviços clínicos.
• Compra demateriais emedicamentos.
• Transporte de pacientes.
Ao verificar com atenção a lista de
responsabilidades do privado, o leitor
poderáobservar que se resume em inves-
timentos emprojeto, obras eaquisiçãode
equipamentos e tecnologias (Capex) e na
prestaçãode serviços de facilities (Opex).
Mas é importante ressaltar que o
Capex é normalmente realizado nos
primeiros dois a três anos de contrato
(prazo de obra e instalações), enquanto
que o Opex é realizado durante todo o
restante do período de concessão que,
pela lei da PPP, pode chegar a 35 anos.
Portanto, onde reside o grande
desafio de um projeto/contrato dessa
natureza? Na prestação de serviços de
facilities! É onde se tem também mais
riscos, pois estão concentrados osmaio-
res gastos ao longo do contrato. E quem
é o responsável pelo Opex? O operador!
Dessamaneira, podemos concluir que
umaPPPpode ser considerado comoum
grande contrato de facilities, tanto em
valor como em escopo e duração.
Então, por que nós, prestadores de
serviços, nos colocamos em uma posi-
ção de tanta submissão frente aos nos-
sos parceiros privados (investidores,
construtoras, fornecedores de sistemas
e equipamentos etc.)?
E por que tão poucas empresas
prestadoras de serviço participam de
um projeto nesse modelo? Estamos
falando de projetos de longa duração,
commargens tipicamente maiores do
que os contratos do dia a dia. Mais
ainda: dependendo do momento em
que se envolvam no projeto, podem
influenciar em sua formatação, escopo,
acordos de níveis de serviço (SLA).
Volto a questionar: falta de capaci-
dade ou medo de investir? Seria medo
do cliente público, da inadimplência
ou de não saber dimensionar adequa-
damente seus custos, riscos ou de não
conseguir cumprir os SLAs?
Todo negócio tem seus riscos, é uma
questão de saber identificá-los, dimen-
sioná-los e conhecer os caminhos para
mitigá-los. E de colocá-los na balança
em comparação com o tamanho das
oportunidades.
Eu costumo ranquear algumas ca-
racterísticas do prestador de serviços
para que ele esteja apto a participar
com muito sucesso de um projeto de
PPP de infraestrutura:
• Ter a capacidade de saber selecionar
um projeto, sua viabilidade, seus ris-
cos, suas garantias.
• Estar disposto, primeiro, a investir re-
cursos financeiros e humanos para,
então, ganhar.
• Ser um efetivo prestador de serviços
e não um fornecedor de mão de obra.
• Pensar no longo prazo.
• Ter a consciência que sua responsa-
bilidade é total pelos serviços pres-
tados, que trabalhará normalmente
com preço fechado (all inclusive) e
que poderá ser penalizado caso não
alcance o desempenho contratado,
assumindo o risco de não saber di-
mensionar adequadamente suas ope-
rações ao longo do contrato.
• Dar a importância devida do seu papel
dentro de um projeto desta natureza.
Outro ponto de discussão (e dúvida)
é: eu, empresa prestadora de serviços,
devo participar tanto como sócia da
concessionária (algo que requer dela
investimento) quanto prestadora de
serviços contratada pela concessio-
nária que eu mesmo faço parte? Ou só
como prestadora de serviços?
Minha opinião (com bastante con-
vicção): se você, empresa de serviços,
tem a capacidade de investir, participar
do processo, mesmo que seja com um
baixo percentual, assuma os dois pa-
péis. Sua vida será muito melhor como
operadora (prestadora de serviços) e
sócia, do que simplesmente como pres-
tadora de serviços subcontratada por
uma concessionária da qual você não
participa. Mesmo que isso gere a ne-
cessidade de investir, de assumir mais
responsabilidades (e, consequente-
mente, riscos). Terá como participar
das decisões da concessionária e de
defender seus interesses, ter conheci-
mento das conversas constantes com
o contratante (poder concedente),
sugerir melhorias, entre tantas outras
possibilidades.
Em resumo, estou convicto de que
a PPP representa um negócio que tem
potencial para gerar grandes oportuni-
dades para as empresas de facilities. E
que, sabendo trabalhar, associando-se
a profissionais competentes e experien-
tes no setor e a parceiros adequados,
será possível alcançar resultados ex-
tremamente satisfatórios.
*
Daniel Figueiredo
é Diretor Executivo da
Lunak Consult, empresa especializada em
serviços de facilities e infraestrutura, vol-
tada ao mercado de modelagem e estru-
turação de projetos de concessão e PPPs