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INFRA
Outsourcing & Workplace
concedido com muito cuidado e estu-
do, não há riscos de um comprometi-
mento do Produto Interno Bruto (PIB)
com o endevidamento das pessoas
– como ocorreu nos EUA, em 2008. Ele
também ressaltou que os investidores
internacionais continuam de olho no
Brasil. “O capital nunca esteve tão dis-
ponível”, afirmou.
PAINÉIS E DISCUSSÕES
Além das palestras que marcaram
o evento, o Summit apresentou qua-
tro painéis que tiveram como objetivo
apontar tendências e caminhos para
alguns nichos do mercado. No primei-
ro, “O mercado brasileiro – um olhar
internacional”, com moderação de Ba-
silio Jafet, Presidente da Fiabci/Brasil;
Gonçalo Bernardo, Diretor Executivo
do Morgan Stanley; Helio Lima Maga-
lhães, Presidente do Citi Brasil; e Jan
Piotrowski, correspondente da revista
The Economist no Brasil, falou-se das
oportunidades do Brasil em compara-
ção com outros mercados da América
Latina. Os debatedores procuraram
mostrar quais os setores que mais
atraem – e atrairão – a atenção e quais
os problemas que podem afastar o ca-
pital destes nichos. Um ponto comum
entre eles é que o Brasil não corre o rsi-
co de ter uma crise imobiliária, como a
que se viu nos EUA e em outros países,
e isso seria uma grande vantegem. Para
eles, a crise atual é mais um ciclo pelo
qual o mercado passa e tem solução.
No segundo painel, sobre “Tendên-
cias urbanísticas”, temas como “revita-
lização” e “preocupação com os cen-
tros das cidades” foram abordados por
Alexandros Washburns, Urbanista e Ex-
-chefe de Design Urbano da cidade de
Nova York (2007-2012); por Jaime Ler-
ner, Arquiteto, Urbanista e Ex-prefeito
de Curitiba; e Soleiman Dias, Diretor da
Chadwick International, na Coreia do
Sul. O painel teve moderação de Clau-
dio Bernardes, Presidente do Secovi-
-SP. Um dos pontos altos deste debate
foi a apresentação do Professor Dias,
que falou sobre Songdo International
Business District, a 65 quilômetros de
Seul, capital da Coreia do Sul, que está
sendo erguida com o que há de mais
moderno em tecnologia e noções de
urbanismo. Um projeto audacioso de
US$ 35 bilhões, já colocado como o
maior empreendimento sustentável do
mundo e que prevê a construção de 80
mil apartamentos e 46 milhões de me-
tros quadrados de escritórios. Erguida
sobre uma ilha artificial, a cidade pro-
mete ser a mais sustentável do planeta,
contando com controle inteligente de
tráfego, wireless, 40% de áreas verdes,
programas de reciclagem e uso cons-
ciente de água e energia. O Ex-prefeito
de Curitiba, Lerner, defendeu que as
cidades precisam de visão estratégica,
que sejam também solidárias de modo
a unir vida, trabalho e lazer de seus ci-
dadãos. Para ele, morar perto de onde
se trabalha é uma solução, não só uma
opção, pois isso diminui, em muito,
deslocamentos e, até, baratearia em-
preendimentos, que não teriam a ne-
cessidade de oferecer comodidades em
maior número, como vem acontecendo
na maioria dos lançamentos. O Ex-che-
fe de Design Urbano da cidade de Nova
York, Washburns, foi além e afirmou
que somente com parceria entre o po-
der público e o capital privado será pos-
sível a viablização de cidades melhores,
com grandes obras de infraestrutura. “A
ideia do adensamento urbano não é
ruim, desde que se pensem em proje-
tos de infraestrutura e revitalização do
espaço público.”
Carlos Eduardo Terepins, Diretor-presidente e Presidente do conselho de administração
da Even; João Paulo Rio Tinto de Matos, Presidente da Associação dos Dirigentes de
Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ) e José Paim de Andrade, CEO da MaxCasa;
e o mediador Cláudio Marques (Jornal o Estado de São Paulo)