17
INFRA
Outsourcing & Workplace
Da esquerda para a direita: Luiz Felipe Aflalo Herman, Gian Carlo Gasperini e Roberto Aflalo Filho,
sócios da Aflalo/Gasperini Arquitetos e Marco Grenier, arquiteto e sócio da MB3 Engenharia
foi só o início dos desafios, tanto que a
construção só seria iniciada em 2011.
Conceber um projeto compatível
com as particularidades de um em-
preendimento de uso misto, dentro de
uma área relativamente pequena e em
localização complexa desafiou os pro-
fissionais envolvidos no projeto. Mas
o sucesso do trabalho foi consagrado
pela conquista inédita em São Paulo
para um prédio de uso misto: a certifi-
cação LEED (Leadership in Energy and
Environmental Design), na categoria
Core & Shell – nível Gold, conferido pelo
US Green Building Council. Isto é, mes-
mo com perfis distintos de operação, a
Torre Matarazzo e o Shopping Cidade
São Paulo obtiveram, conjuntamente,
pré-certificação como construções de
baixo impacto ambiental e que assegu-
ram condições saudáveis de ocupação.
Na prática, são empreendimentos que
já nascem equipados com sistemas de
automação favoráveis à efetiva redução
de consumo de água e energia elétrica,
refletindo em menor impacto ambien-
tal e menor despesa financeira.
Um exemplo de tecnologia de pon-
ta pode ser observada no transporte
vertical. Tanto a torre como o shopping
contam com 42 equipamentos da Eleva-
dores Atlas Schindler para garantir a mo-
bilidade dos seus usuários com viagens
mais eficientes e agradáveis.
O potencial de consumo da avenida
Paulista, principalmente em um ponto
estratégico como o número 1.230, es-
quina com a Rua Pamplona e próximo
ao Masp, é um achado. Em contrapar-
tida, seu grande fluxo diário, os cerca
de 2,4 mil carros que passam por hora
pela avenida, centenas de tubulações
subterrâneas e uma interminável rede
de cabos para telecomunicação, foram
fatores desafiadores para a execução
do projeto. Restrito à circulação de ca-
minhões, o endereço traz também difi-
culdades logísticas, como instalação de
equipamentos pesados, recebimento de
materiais e, principalmente, remoção de
terra. “Nossas escavações chegaram a
30 metros de profundidade. Em volume
de terra, retiramos aproximadamente
240 mil m
3
, o equivalente a 90 piscinas
olímpicas”, quantifica o Arquiteto Hilton
Rejman, Diretor de Desenvolvimento e
Construção da CCP. Ele relembra tam-
bém outro fato curioso da obra: “Como
o túnel da linha verde do Metrô passa
em frente à área em que fizemos a esca-
vação e fundação do empreendimento,
tivemos de instalar ao longo da avenida
Paulista dezenas de sensores para moni-
torar, em tempo real, o comportamento
da estrutura dos túneis do Metrô duran-
te a execução da obra”.
Para reduzir os impactos de mais um
empreendimento comercial em uma
região que já sofre com o problema
da mobilidade urbana, a CCP teve de
investir em ações no entorno, como o
alargamento das ruas Pamplona e São
Carlos do Pinhal, ambas contempladas
com mais uma faixa de rolamento; e a
construção de dois acessos ao edifício.
“Contribuímos, também, com a im-
plantação e revitalização de sinalização
horizontal e vertical, a modernização e
integração do sistema semafórico, de-
tectores de veículos, adequações geo-
métricas, itens de acessibilidade, ilumi-
nação e câmeras ao longo da Paulista”,
acrescenta Rejman.
Roberto Aflalo, Sócio-diretor da Afla-
lo/Gasperini Arquitetos, responsável
pelo projeto de engenharia do empreen-
dimento, destaca que tudo foi feito de
acordo com as exigências legais, inclusi-
ve, com as mudanças trazidas pelo novo
Plano Diretor Estratégico (PDE) do Muni-
Fotos Divulgação