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INFRA

Outsourcing & Workplace

apresentando uma mensagem de em-

presa corporativa standard, já que pes-

soas de diferentes regiões têm costumes

e culturas distintos. No Brasil, por exem-

plo, não dá para aplicar em Manaus ou

na Bahia o estilo de se trabalhar em São

Paulo. Assim, é preciso aplicar a gestão

de pessoas de forma regionalizada.

Além disso, o modelo tradicional

de trabalho hierárquico precisa mudar,

assim como o modo de fazer o planeja-

mento estratégico. “Hoje você não con-

segue prever o que vai acontecer em cin-

co anos. Em 2010, o Brasil era do BRICS

– Brasil, Rússia, Índia, China e África do

Sul. Mas a Rússia quebrou, nós quebra-

mos, a China está em queda livre em ter-

mos de crescimento, e o BRICS morreu.

E mesmo no País, há 10 anos, quem era

líder em vários segmentos quebrou.”

Alexandre Teixeira, Jornalista de Ne-

gócios, explicou um pouco mais sobre

isso ao mencionar a mudança do mode-

lo convencional de organização do tra-

balho, para uma nova forma de pensar o

negócio, que tem a ver com algo que ele

chama de “capitalismo libertário”.

O desafio é substituir o modelo verti-

cal hierárquico para uma escala horizon-

tal mais humana, reduzindo as estrutu-

ras gerenciais ao mínimo indispensável.

Neste sentido, Teixeira cita Peter Druker,

referindo-se ao excesso de normas, pro-

cedimentos e hierarquias que ficam no

caminho do trabalhador, impedindo

que ele haja com o pensamento criati-

vo e inovador: “Muito do que nós cha-

mamos de ‘administração de empresa’

nada mais é, que tornar mais difícil para

as pessoas fazerem seu trabalho.”

E o que dificulta essa mudança de

paradigma, segundo ele, são a resis-

tência e o conservadorismo de grandes

líderes, ou seja: omedo de errar. “A sabe-

doria mundana nos ensina que é prefe-

rível fracassar de maneira convencional,

a fazer sucesso de modo não convencio-

nal”, cita John Maynard Keynes.

Segundo Teixeira, isso é o que impede

a inovação, pois faz comque as empresas

tenham equipes que não arriscam.

Neste sentido, sua recomendação

é que os líderes parem de estimular as

pessoas a fracassar de modo conven-

cional, e que sigam os três desafios da

era social: “conquistar poder não pelo

tamanho, mas pelo propósito compar-

tilhado”; “em vez de reter profissionais

dentro dos muros da empresa, derru-

bar esses muros”; “criar organizações

rápidas, fluidas e flexíveis”.

Um case citado no evento, sobre

espaços de trabalho que procuram mo-

tivar, interagir e engajar as pessoas foi

o do Google, apresentado por Amalia

Franke, que é Facilities Manager Regio-

nal para a América Latina da empresa.

Com mais de 50 mil funcionários e

cem escritórios, a operação da empresa

acontece de forma global, mas também

orgânica, para que todos os processos

sejam instalados em suas filiais confor-

me a cultura do país e os interesses dos

funcionários locais.

Além disso, o foco das operações

está sempre voltado para o usuário final.

“O Google é uma das poucas empresas

que idealiza e opera os escritórios com

foco nos funcionários. Dificilmente nós

criamos ambientes para os clientes,

90% dos nossos espaços são feitos para

os funcionários, para que eles se sintam

em casa”, explica Franke.

Desta forma, mesmo sendo uma em-

presa de tecnologia, que acredita na fle-

xibilidade social, trabalha comomodelo

de organização horizontal e permite que

as pessoas possam trabalhar de casa, o

objetivo é fazer com que os funcionários

queiram ir para o escritório, porque é lá

que eles se encontram, trocam ideias, e

trabalham com colaboração.

Dentre os benefícios que os seus es-

paços oferecem aos usuários, destaca-

mos os refeitórios que estão presentes

em todas as unidades com café da ma-

nhã, almoço e jantar; massagens e aca-

demias com personal training. Na Cali-

fórnia, por exemplo, a estrutura conta

ainda com um hangar com aviões e um

time especializado, além de outras ino-

vações nos distintos escritórios.