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Outsourcing & Workplace
e no planejamento, e não
apenas na administração de
pessoas. Os tomadores de
serviço, por seu lado, preci-
sam confiar na expertise dos
prestadores, estabelecendo
e aplicando parâmetros de
SLA’s e KPI’s para refletir o
maior ou menor desempe-
nho do prestador.
Para que uma contrata-
ção seja bem-sucedida, é im-
portante:
• criar fóruns de discussão
entre tomadores e presta-
dores para discutir e definir
um compromisso ou um
código de contratação que
permita o estabelecimento
de relação mais duradoura
e estável entre contratante
x contratada;
• participar das entidades de
classe/categoria como me-
diadoras desses fóruns;
• desenvolver programas de
treinamento técnico com a
colaboração das entidades
de classe;
• definir o escopo de trabalho;
• definir previamente as con-
dições técnicas e comer-
ciais da prestação dos ser-
viços;
• estabelecer condições de
ambiente de trabalho e be-
nefícios que incentivem a
permanência no trabalho,
reduzindo, portanto, a rota-
tividade.
Além disso, como con-
sultores, nosso papel é o
de catalisador do processo,
procurando reunir os toma-
dores e prestadores e cons-
cientizando-os da necessi-
dade de convergir esforços
para profissionalizar e atua-
lizar os processos de contra-
tação de serviços.
Em paralelo estar a par
das tendências mundiais
de contratação de serviços,
agindo como divulgador des-
sas tendências.
Daniel Tressoldi
Camargo,
Sócio da Furriela
Advogados
No mercado de facilities,
o processo de compra é sem-
pre uma tarefa tormentosa.
Como lidamos basicamente
com prestação de serviço,
é imprescindível entender
exatamente a qualificação
técnica do prestador. A mão
de obra qualificada é o maior
problema que enfrentamos
nessa área e a rotatividade
(turn over) dos profissionais
é um sério fator complica-
dor, pois não permite que os
profissionais assimilem as
rotinas do seu local de traba-
lho, afetando diretamente a
qualidade do serviço presta-
do basicamente porque não
teve tempo de oferecer o trei-
namento necessário.
Perante isso, considero
que o ponto de partida deve
ser descrever com precisão
as necessidades e particula-
ridades do seu negócio para
uma eficiente prestação de
serviço. No momento da
contratação (e sobretudo
na concorrência de preços),
é preciso se certificar de
que estamos comparando
o mesmo tipo de serviço e
os mesmos profissionais.
Alguns prestadores de ser-
viços inserem em suas pro-
postas, materiais de menor
qualidade ou profissionais
de outras áreas (menos cus-
tosas) para desempenhar
função diversas daquela
para qual ele é qualificado.
O impacto no preço é evi-
dente, mas a qualidade do
serviço também. Infelizmen-
te, essa é uma prática muito
comum entre os prestado-
res de serviços brasileiros.
A negociação em boa-fé é
o primeiro passo para uma
relação duradoura e qualifi-
cada. Além disso, trazer os
prestadores para conhecer
a rotina e necessidades do
prédio durante o processo
de concorrência é funda-
mental para que eles enten-
dam exatamente o que en-
contrarão e avaliem se são
capazes de desempenhar
um bom trabalho. Outra
providência que costumo
adotar é buscar informações
a respeito da empresa a ser
contratada (avaliação de
outros tomadores de servi-
ços, número de reclamações
nos órgãos e sites de defesa
do consumidor, reclamações
trabalhistas, execuções fis-
cais, tempo de resposta das
reclamações etc.). Tudo isso
diz muito sobre a reputação
das empresas prestadoras
de serviço.
Nos novos contratos, o
ponto de partida da empre-
sa em que eu atuo é a nego-
ciação em boa-fé, através da
indicação exata das minhas
necessidades e questões
objetivas sobre a capaci-
dade da prestadora em me
atender. O segundo ponto é
ouvir a equipe de manuten-
ção e administração do con-
domínio para que externem
as impressões da candidata
e destaquem as reais neces-
sidades do prédio antes de
decidir. Captar o máximo de
informações possíveis dos
candidatos, inclusive infor-
mando-se sobre a reputação
dela no mercado. Penso que
o critério de seleção tem que
ser objetivo (nunca subjeti-
vo), e informação, capacita-
ção, negociação e preço são
fundamentais no processo
decisório. Conciliando todas
elas e negociando dentro de
um orçamento previamente
determinado, não costuma-
mos ter problemas.
COMPRA E VENDA DE SERVIÇOS