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72 INFRA

Outsourcing & Workplace

À ESPERA DA GUINADA

Depois do pico, mercado imobiliário vem sofrendo com as mudanças econômicas,

instabilidade política e com as grandes entregas que ainda estão ocorrendo. Mas já há

sinais de uma possível retomada, que trazem um otimismo realista para o setor

REAL ESTATE

|

por Paula Caires

O

mundo dá voltas, e o mercado imo-

biliário ilustra bem essa dinâmica: o

momento é preocupante, mas o conhe-

cimento dessa máxima dá certa tranqui-

lidade e garante um otimismo realista.

O primeiro sinal é o próprio humor.

Após os últimos desdobramentos ocor-

ridos no cenário político e a sinalização

para o início de reformas importantes

para o País – ainda que polêmicas –, as

perspectivas do mercado começam a

melhorar, puxando para o alto o Índice de

Confiança do Empresário Industrial (Icei),

medido pela Confederação Nacional da

Indústria (CNI), que registrou 53,7 pontos

em setembro. Apesar de ainda baixo, este

é o melhor índice desde janeiro de 2014.

Essa tendência de alta ganha ainda

mais destaque porque é a alavanca para

a retomada da confiança dos demais

estratos, como o dos consumidores. Se-

gundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o

Índice de Confiança do Consumidor (ICC)

aumentou em julho pelo terceiro mês

consecutivo, passando de 71,3 pontos

para 76,7. O cenário possibilita a volta

do consumo e, consequentemente, da

atividade produtiva e do emprego.

Na análise da consultoria de imóveis

comerciais Newmark Grubb, “esses sinais

apontam para uma lenta retomada, mas

devemser observados comcuidado, pois

aindanão são suficientes parauma consta-

tação demelhora definitiva. No entanto, o

conjuntodos indicadores aponta que exis-

temaior possibilidade de estabilização do

que de deterioração e que as revisões dos

planos podemser mais frequentes dentro

das empresas para o segundo semestre”.

O próximo ano, portanto, deve ser

de estabilidade, para não se dizer “per-

dido”. Mas o movimento de ascendência

deve ter início a partir de 2018. “Seguindo

a tendência do Brasil, depois de uma

grande crise, crescemos por cinco anos”,

prevê o Sócio-fundador da consultoria

imobiliária RealtyCorp, Marcos Alves.

Além dos fatores político e econômi-

co, o mercado corporativo, em algumas

regiões como São Paulo, teve mais um

agravante: uma grande entrega de no-

vos empreendimentos. Conforme explica

Eduardo Cardinali, Gerente Geral de Infor-

mações corporativas da Newmark Grubb:

“o novo estoque do mercado de escritó-

rios corporativos de alto padrão (A e A+)

chegou a dobrar de 2010 até agora”. O

resultado é uma taxa de vacância demais

de o dobro da considerada “saudável”,

isto é, em torno de 10%. Segundo estudos

da instituição, no segundo trimestre do

ano a vacância chegou em 23,8%.

Na avaliação do Sócio-fundador da

companhia de investimentos imobiliá-

rio VBI Real Estate, Rodrigo Abbud, “até

2010/2011 houve aumento da deman-

da e da produção. Mas quando foram

realizadas as entregas, o mercado havia

mudado. Hoje, se aceita um valor mais

baixo que o planejado com projeção de

rever o contrato daqui a três anos”.

Cardinali, ratifica tal expectativa. Em

São Paulo, por exemplo, houve uma forte

queda em comparação ao pico de preços

atingido em 2012, mas há uma tendência

Fotos Divulgação