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74 INFRA

Outsourcing & Workplace

estoque total, o que é muito pouco se

comparado ao tamanho do mercado de

consumo. “Em um cenário de economia

desacelerada, as empresas começam a

pensar em reduzir custos. Ter mais pro-

dutividade e investir emmelhorias para

a cadeia logística é fundamental”.

Mesmo como volume de entrega con-

siderado atípico nos últimos anos, por

conta da entrada de capital estrangeiro,

ainda há entregas consideráveis a serem

realizadas. De acordo com a SiiLA, no se-

gundo trimestre do ano houve 152mil m2

de nova entrega. No terceiro trimestre,

foram mais 315 mil m2, ainda há 374 mil

m2 em construção e mais 5 milhões em

projetos até 2020. Como a lei da oferta e

procura é infalível, a taxa de vacância já a

reflete, chegando a 18,37%no terceiro tri-

mestre do ano, alémde umdeslocamento

de preço de até 20%. “Existe uma deman-

da, empresas que estão conseguindo am-

pliar, mas não suporta a vacância”, avalia

o CEO da plataforma Giancarlo Nicastro.

Patrick Samuel, da Newmark, também

acredita que os valores negociados ainda

fiquem abaixo do ideal durante os próxi-

mos 12 meses e que a taxa de vacância

volte a encontrar seu equilíbrio, em torno

de 10%, entre 2020 e 2021. Mauro Dias

acrescenta que “a taxa de vacância foi

agravada pela busca de maior eficiên-

cia, como a centralização das operações

para otimizar custos”. Apesar disso, ele

afirma que a empresa está com 89% do

portfólio estabilizado locado, já tendo

notado alguns sinais positivos de reaque-

cimento de mercado. “Ainda há muitas

incertezas, mas seguiremos com nossos

planos”, informa. Segundo ele, coma con-

tínua tendência da terceirização e a baixa

qualidade do estoque existente, as pers-

pectivas de crescimento em longo prazo

permanecem. Assim, no ano fiscal de 2017

(abril/16 a março/17) a projeção é iniciar

108 mil m2 em obras e entregar 91 mil

m2. No ano fiscal de 2016 (entre abril/15

e março/16), a GLP teve 139 mil m2 em

obras iniciadas e 222 mil m2 entregues.

Se esse setor é o primeiro que sofre

com a crise, em ummovimento de recu-

peração, é também o primeiro que sai

dela. E o crescimento do e-commerce

tem dado um empurrãozinho a mais.

Segundo o E-bit Web Shoppers, o cres-

cimento nominal no primeiro semestre

foi de 5,2% na comparação com o mes-

mo período no ano passado. Além disso,

mais que a venda, a entrega dos produtos

é fundamental para o sucesso neste mo-

delo de negócio. “O principal gerador de

demanda para os parques logísticos é o

consumo interno (100% do portfólio da

GLP atendem a ele)”, acredita Dias.

SHOPPING CENTERS

No setor de shopping centers, o e-com-

merce sempre faz parte dos debates acer-

ca do futuro. O Sócio-diretor da GS&BW,

Luiz AlbertoMarinho, no entanto, acredita

no modelo omni-channel, ou seja, os ca-

nais se complementarão e deixarão de ter

importância. O que valerá é a relação da

marca com aquele cliente.

O Engenheiro Franklin Tanioka, autor

de um estudo para apontar alternativas

de revitalização de shoppings com base

na experiência norte-americana, destaca

um número que reforça a tese: mesmo

nos Estados Unidos, a participação do

e-commerce é de 7%a 10%. As referências

“Segundo estimativa do consultor de va-

rejo dos EUA, Howard Davidowitz, metade

dos mais de 1.200 shoppings nos EUA

devem fechar nos próximos 20 anos. Nos

últimos cinco anos, mais de 25 centros

comerciais encerraram suas atividades e

outros 60 seguem no mesmo caminho”,

aponta o texto.

Construção de complexos multiuso,

ambientes de experiência e mais oferta

de restaurantes e entretenimento são

algumas das mudanças. Mas cabe tam-

bém aos lojistas converter o fluxo em

vendas – outra dificuldade encontrada

pelo mercado brasileiro. Segundo Mari-

nho, 70% dos lojistas em shopping têm

uma única loja.

Outro desafio, como destaca o Dire-

tor da consultoria Make It Work, Michel

Cutait, é que “o segmento de shopping

centers é complexo, porque suas receitas

vêm da atividade imobiliária, mas suas

atividades estão ligadas ao varejo”. Ma-

rinho observa que há dez anos a receita

de aluguel representava 80% do total,

hoje é de 71%, mas estacionamento, em

contrapartida, representava 13% e hoje

é de 20%.

Giancarlo Nicastro, CEO

da plataforma SiiLA

Luiz Alberto Marinho,

Sócio-diretor da GS&BW

Michel Cutait, Diretor da

consultoria Make It Work

Fotos Divulgação

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