Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  67 / 88 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 67 / 88 Next Page
Page Background

67

INFRA

Outsourcing & Workplace

Conforme previsto no art. 3º do De-

creto Federal n. 5.296/2004, serão apli-

cadas sanções administrativas, cíveis

e penais cabíveis, previstas em lei, no

não atendimento da acessibilidade”.

Outra novidade da legislação é

justamente a transferência da res-

ponsabilidade de adequação e ma-

nutenção das calçadas ao Poder Pú-

blico, que deve tornar todas as rotas

acessíveis. De acordo com a LBI, as

prefeituras é que devem liderar o pro-

cesso de melhoria das calçadas, dos

passeios públicos, sendo que o não

cumprimento pode resultar em crime

de improbidade administrativa a pre-

feitos e secretários.

Porém, para que isso aconteça de

forma efetiva, segundo Cambiaghi, os

municípios devem ter na previsão or-

çamentária recursos para as obras de

calçadas. Além disso, ainda não foi re-

vogada a Lei que obriga o proprietário

a construção e a manutenção das cal-

çadas lindeiras ao seu lote.

E acrescenta: “Infelizmente, o que

temos hoje são adequações e acessi-

bilidade pontuais, sem integrar ações

cotidianas como moradia, passeios,

transporte, edificações, serviços. Um

percurso de dois ou três quarteirões é

muitas vezes impraticável para quem

tem alguma deficiência ou até mesmo

para um idoso. Por isso, com o intuito de

difundir entre os arquitetos os conceitos

de “acessibilidade” e “desenho univer-

sal”, nas questões legais e na divulgação

deles aplicados aos projetos de arquite-

tura e urbanismo, o Grupo de Trabalho

de Acessibilidade do CAU/SP vai promo-

ver no dia 14 de abril o I Seminário Aces-

sibilidade e Desenho Universal na Arqui-

tetura e Urbanismo, em que por meio

de debates e cases, será apresentada a

grande oportunidade para a construção

de ‘cidades inclusivas’, como resultado

de projetos mais conscientes”, finaliza a

Especialista do CAU/SP.

Sobre a dificuldade de locomo-

ção que pessoas com deficiência ou

mobilidade reduzida enfrentam dia-

riamente, Marco Antonio Vasquinho,

profissional de corporate real estate

pontuou que só atender à norma não

basta: “Se não é fácil para um pai di-

rigir um carrinho de bebê pelas cal-

çadas e edifícios em nossa cidade,

imagina um ser humano mais pesado

com limitações severas de entendi-

mento e mobilidade... Acredito que

precisamos começar na ‘data zero’, ou

seja, quando concebemos e projeta-

mos nossos espaços. Deixar de lado

o entendimento que as certificações

são ‘selos de qualidade’ para inseri-

-las na estratégia das empresas. Co-

nheço muita gente que simplesmente

não sai de casa, sequer para ir a um

cinema, com medo dos problemas de

locomoção. Acham que incomodarão,

e não se sentem à vontade para pedir

licença para quem está na fila.

Porém, outra peça-chave para

avançarmos é educar com carinho

nossos jovens para que entendam a

importância da questão. Em um de-

terminado dia, quando estava na fila

do cinema, presenciei uma senhora

com dificuldades para encontrar o ca-

minho para a sala e após receber um

‘É só seguir em frente’ de um jovem

atendente, imaginei que se ela estava

com problemas para encontrar a sala,

imagine a poltrona!

Por questões como essas que pre-

senciamos no dia a dia, acho que esse

assunto não deve ficar somente na apli-

cação das normas”, completa.