Revista Infra agosto 2014 - page 40

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Outsourcing & Workplace
novas tecnologias, e ainda sim, ser com-
petitivo, não é algo para inexperientes.
Em conversa com Fernando Sodré,
diretor da Limpidus, relembramos que
em 1986 (data da fundação da empre-
sa), os tempos medidos para execução
das tarefas eram feitas manualmente e
só depois vieram alguns sistemas, sen-
do que muitas empresas ainda utilizam
planilhas padrão de mercado, como o
Excel. Entretanto, para Sodré, alguns
modelos, apesar de úteis não são práti-
cos e falíveis de erros e conceitos, além
de não traduzirem o conhecimento, no
caso dele, que é estar à frente de opera-
ções em quase 35 anos de labuta.
Há pouco mais de dois anos, o em-
presário resolveu desenvolver uma
nova ferramenta para resolver um de-
safio, que faz parte do dia a dia dos em-
presários do setor, que é o de como alo-
car e gerenciar a qualidade do serviço e
da mão de obra, com mais produtivida-
de nos contratos com os clientes. O sis-
tema mostra, por um plano individual
de trabalho, as tarefas que um funcio-
nário da operação vai realizar, medido
de tempos em tempos (utilizando sim-
ples celulares que lêem os QR Codes,
fixados nos ambientes a serem higieni-
zados). Chegou ao posto do trabalho, o
funcionário acessa o sistema pelo seu
celular, de maneira completamente
módica, e lá já estão listadas as tarefas
do dia, embasadas em uma inteligência
operacional e logística acumuladas da
experiência do empresário. Desta pon-
tualidade de acesso se geram relatórios
sistêmicos, onde é possível ver o que foi
executado e o que não foi, se o funcio-
nário está ou não no posto de trabalho,
sendo inclusive uma ferramenta aberta
à gestão do próprio contratante.
Com a inserção desse sistema au-
todidata no dia a dia da gestão, o em-
presário conseguiu aumentar signifi-
cativamente a produtividade nos seus
clientes (franqueados e clientes dos
franqueados), aumentar margens, re-
duzir mão de obra, inclusive de supervi-
são e eliminar significativamente recla-
mações pontuais (o melhor: tudo sem
papel!). Além disso, o sistema permite
que os orçamentos dos novos serviços
sejam desenhados em conjunto com
o contratante de modo que se chegue
ao custo/benefício auferido e desejado
pelo cliente. Ou seja, nada da tradicio-
nal comparação de propostas solicita-
das via telefone, sem o conhecimento
das instalações e de um escopo ade-
quado de serviços.
O empresário ressalta que incorpo-
rar experiência e conhecimento acumu-
lados frente às tecnologias disponíveis
(que, inclusive, já fazem parte do Pro-
jeto Universidade da Limpeza que está
em andamento) permitem, de maneira
mais lenta, mas muito mais constante,
inteligente, capaz e produtiva, a inser-
ção do elemento humano na virtuali-
dade profissional, principalmente em
tempos de mão de obra capacitada es-
cassa e da pressão por custos menores.
RETENÇÃO DO CONHECIMENTO
Todos os segmentos no País recla-
mam de um recurso cada vez mais es-
casso: mão de obra qualificada. E, na
área de conservação e limpeza, é ainda
mais sensível, por ter funcionários, em
sua grande maioria, vindos da base da
pirâmide social como principal matéria-
-prima e que, por receberem uma das
menores remunerações do País, trazem
consigo a necessidade de sobrevivên-
cia em um cenário onde o custo de vida
só aumenta. Infelizmente, esse cenário
acaba sendo um dos incentivadores
para troca de “emprego”, às vezes, por
diferenças salariais mínimas. Sem con-
tar com àqueles que acabam por pedir
demissão, não pela empresa, mas por
não se darem bem com seus supervi-
sores, que apesar de estarem no cargo
não são treinados para tal.
Marcus Vinicius Gaspar, diretor de recursos humanos da Personal Services
e Pedro Salla, diretor da Maxi Serviços
Fotos Divulgação
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